Avaliações de World of Goo

Quando comecei a jogar World of Goo, logo nos primeiros minutos percebi que estava diante de algo muito especial. Era como abrir um livro infantil estranho e fascinante, desses que você não consegue largar. A criatividade do jogo é simplesmente absurda. Cada fase me fazia sentir como se estivesse brincando com física de um jeito totalmente novo: construir torres, pontes e estruturas malucas com pequenas bolhas de gosma vivas, cada uma com suas próprias características. Não era só um desafio de lógica – era quase uma conversa entre mim e as bolinhas, tentando encontrar juntos um caminho para a liberdade. A direção de arte é outro espetáculo à parte. World of Goo tem um visual que mistura o lúdico e o sombrio de uma forma única. Tudo parece desenhado à mão, com traços simples, mas cheios de personalidade. Há uma beleza melancólica nos cenários – fábricas enferrujadas, florestas desertas, mecanismos bizarros – que cria uma atmosfera meio triste, meio esperançosa. Eu sentia, o tempo todo, que o mundo era maior do que as pequenas criaturas que eu controlava, e que havia uma história silenciosa se desenrolando ao fundo, apenas sugerida pelas imagens. E a trilha sonora... Que obra-prima. Ela é quase um personagem dentro do jogo. A música oscila entre faixas épicas, quase orquestrais, e melodias suaves e melancólicas, que combinam perfeitamente com a estética do mundo. Em vários momentos, parei de jogar por alguns segundos só para ouvir melhor as músicas e absorver o clima da fase. Era como se a trilha traduzisse em som toda aquela sensação de maravilha, descoberta e estranheza que o jogo transmite o tempo inteiro. No fim das contas, World of Goo não foi só um jogo para mim; foi uma experiência. Criativa, bela e envolvente. Daquelas que ficam ecoando na cabeça muito tempo depois de a gente terminar.