Tempo de Jogo:
870 minutos
Estou numa missão de jogar todos os jogos da Quantic Dreams e após Heavy Rain e Detroit, chegou a vez de Omikron. Disparado como o jogo mais diferente e ousado da desenvolvedora, uma abordagem de aventura e mundo semi aberto com uma estória cyberpunk que talvez seja o enredo mais inusitado e insteressante de David Cage, mas ao mesmo tempo, é quase certeza que seja também a pior execução, mesmo para a década de 90. A trama começa com uma quebra de quarta parede para irmos a Omikron (cidade que o jogo se passa e nomeia o game) possuindo seu corpo por meio de uma espécie de um compartilhamento de alma. O desenvolvimento do enredo, assim como demais obras cyberpunks do fim dos anos 1990/início dos anos 2000 envolvem temas como autoritarismo, conspirações anti-governamentais e tecnologia avançada (conceito high tech, low life). O "charme" e o diferencial é por misturar isso com demônios e um miticismo exacerbado, que embora pareça estranho, e realmente é, é bem aplicado e torna interessante o suficiente para te engajar com aquele universo. Ter David Bowie, um dos meus cantores favoritos, como dois dos personagens realmente me deixa feliz e me agrada ainda mais. No entanto, fica claro que ela é incompleta e que foi apressado na reta final, como ter áreas inacessíveis e que aparentemente empregariam papel importante na trama, provavelmente houve pressão por parte da publicadora Eidos, como ela fez com outros jogos na mesma época. A trilha sonora conta com faixas com também participações de Bowie, no entanto a maioria foi aproveitada posteriormente em álbuns do próprio. Já havia a ouvido, mas ver dentro do game foi bem legal e nunca me canso de ouvir suas canções. O resto da OST é bem legal e acompanha bem os momentos do game, coisa que não posso falar sobre os demais efeitos sonoros, que são um pouco ruins, mesmo em seu tempo não era um ápice nesse primor, atualmente fica ainda mais estranho. Isso não foi um problema para mim, mas há quem se incomode. O maior mérito do jogo, no entanto, é estético e em world building (contrução de mundo) que tornam ele bem imersivo pra ser sincero. Eu que gosto de jogos como Deus Ex, Bioshock, System Shock, Dishonored e etc, então isso foi um prato cheio pra mim. Um grande trabalho de direção artística e um show de originalidade nesse quesito, grande trabalho de uma coisa que viria a ser marca dos trabalhos subsequentes da Quantic Dream. Agora, vamos falar dos defeitos desse jogo, que são quase todos mecânicos. O game design um pouco antigo e que pessoalmente achei datado quebra um pouco do ritmo da experiencia, embora a exploração seja legal. A jogabilidade no entanto é meu maior tendão de aquiles com esse jogo. Dá pra ver pelo meu perfil que não tenho problemas em jogar jogos antigos, mas Omikron foi sofrível em quase todos os aspectos. Ousado por ser uma mistura de rpg, adventure e shooter em mundo aberto, acaba que no fim nada fica bom. O sistema de progressão que em tese era pra ser RPG funciona de maneira esquisita, pouca variação realmente acontece e o player expression é quase nulo nesse titulo nesse quesito. A parte de adventure claramente é inspirado nos Tomb Raider clássicos, mas com "puzzles" ridículos e uma exploração pouco satisfatória e que não muda muito no fim das contas. Agora, vamos falar da pior parte: A de shooter, que simplesmente não faz sentido existir. Pelo que li, a Eidos obrigou a ter momentos de FPS devido o sucesso de Half Life, e realmente faz sentido, pois eles são totalmente duros, sem peso, sem graça e que chega a dar sono de tão chato, claramente eles foram construídos inicialmente para ser em terceira pessoa. O mundo aberto, no entanto, é bem legal e imersivo, realmente a unica coisa bem aplicadas em questão de mecênicas e level design. O saldo final é um jogo que me agradou, e se você assim como eu gosta de jogos antigos e quer explorar algo diferente de uma mídia saturada, ou então quer jogar algum jogo cyberpunk apenas, eu recomendo e muito Omikron: The Nomad Soul. Agora, se você quer um jogo focado em mecânicas e divertido nesse ponto, passe longe, pois nisso ele é extremamente falho.
👍 : 6 |
😃 : 0