Tempo de Jogo:
5484 minutos
Song of horror é aquele jogo que conseguiu mesmo com uma mecânica super datada, inspirada nos jogos de terror clássicos dos anos 90, trazer algo com uma pitada de novidade. Surpreendente.
A história do jogo gira em torno de uma melodia antiga que consegue aprisionar as pessoas que as escutarem em um espaço tempo de escuridão de pesadelo eterno, onde a única saída para se libertar desse inferno é a morte. Mais detalhes, é só jogar =)
Song of horror é um jogo de terror nas raízes de jogos clássicos de câmera fixa no estilo Resident Evil. Embora copie essa mecânica, o estúdio conseguiu dar um ar de novidade, algo que eu mesmo achei que não era mais possível. Embora muita gente, em específico fãs de Resident evil, acreditem que câmera fixa e movimentação tanque é a fórmula para um bom jogo de terror, atualmente isso já não agrada mais, não é a atoa que Song of horror passou bem despercebido pelo grande público e a mídia. Merecia um reconhecimento melhor, pois é um excelente jogo, até melhor que o Resident evil em alguns aspectos. Abordarei mais sobre isso mais a frente.
O clima de imersão desse jogo é incrível, os cenários super bem detalhados, a forma randômica e variada como a aparição demoníaca te caça no decorrer do progresso do jogo é muito bem feita. Tudo no jogo é randômico, desde o inimigo principal até eventos sobrenaturais que acontecem durante sua jogatina, fazendo seu personagem tremer e o coração palpitar. Quanto mais instável emocionalmente seu personagem fica, mais fácil será da entidade o pegar. Ter esse controle durante o jogo é importante além de ser uma novidade que achei super maneira. Cada capitulo o jogador possui a opção de escolher mais de um personagem para cumprir o objetivo, mas existe uma pegada de jogos rogue like, onde se o personagem principal for escolhido e morrer, o jogo recomeça do início do último capitulo liberado. Cada personagem que morrer, fica indisponível até o personagem principal morrer e o capitulo recomeçar e casso um personagem secundário morra, fazendo você finalizar com outro, esse que morreu fica indisponível pelo restante do jogo caso tenha uma opção mais a frente de escolhe-lo. Eu achei uma sacada muita massa, pois faz o jogador prestar a atenção no que está fazendo. O jogo é considerado um survival horror e como já conhecemos como são os jogos nessa pegada, a exploração é o cargo chefe do jogo com excelentes puzzles, combinação de itens, muitos documentos para ler e claro, sustos! rss
O ponto forte do jogo está na mecânica de gameplay e na imersão das fases. Ter que fiscalizar cada porta antes de entrar, caso contrário é morte certa, prestar a atenção nas partes claras e escuras das fases para não cair em armadilhas, recolher os documentos para resolver os puzzles, tudo é muito bem arramado. Não existe nada gameplay que não esteja conectado com o que precisa ser feito. A parte de level design é primorosa, os detalhes dos objetos, as texturas, a iluminação, os sons e ruídos sinistros, tudo trabalha harmonicamente para oferecer ao jogador uma experiencia primorosa de terror. Para um estúdio indie, o trabalho está excelente.
A parte negativa se da basicamente por conta da câmera fixa e da movimentação tanque, porém existem outras coisinhas. Entendo a intenção de recriar um terror clássico, mas essa mecânica limitada atualmente não é a melhor opção de experiência. Em primeira pessoa esse jogo seria muito mais imersivo do que já é. Outro ponto a se falar é a movimentação do personagem. Diferente do que temos nos Residente Evil clássicos, onde o personagem tem uma movimentação tanque porém mais solta, Aqui temos algo puxado mais para uma movimentação real. Embora seja interessante para aumentar a imersão, em termos de gameplay atrapalha um pouco, pois faltou um polimento. É comum de ver por exemplo ao subir, descer escadas ou fazer curvas nas mesmas o boneco parar de responder corretamente se for feito um movimento diferente na alavanca do controle, na corrida acontece do boneco travar em uma direção impossibilitando de fazer fazer curvas com fluidez. Não é nada que afete a experiência, mas são coisas que são bem perceptíveis. Para quem almeja platinar o jogo, temos um problema. O sistema de save não é amigável para esse público. O jogo apaga os saves subsequentes caso você escolha as fases manualmente após zerar. Muita gente usa esse recurso para jogar uma fase específica afim de pegar as cosias que faltam, facilitando a própria vida, mas aqui não rola. Exemplo, se você escolher o capítulo 2 para pegar seja la o que faltou, os capítulos 3, 4 e 5 serão apagados e terão que ser rejogados. Outra coisa que notei são os itens passívos que cada personagem possui. Não entendi como usa-los direito, muitos nem funcionam em momentos que teoricamente deveriam funcionar, sinceramente não entendi bem o porque de estarem ali. Os colecionáveis são a mesma coisa. Embora na descrição deixam a entender que possuem algum recurso de passiva, na prática não se nota mudanças. Mas como disse anteriormente, nada que afete a experiência geral do jogo.
Song of horror é um produto que foi feito com capricho de forma geral, possui elementos muito bem definidos, outros nem tanto, mas trás uma experiência única e gostosa em dias de escassez de algo diferente. Quem for amante de um bom jogo de terror, com uma boa história, bons personagens e for saudosista de uma mecânica que fez muito sucesso nos anos 90, vai gostar desse título. Embora esteja custando 120 pratas, eu arrisco dizer que se for pagar o preço cheio, estará comprando um belo jogo!
👍 : 2 |
😃 : 0