Tempo de Jogo:
1520 minutos
Broken Sword foi um dos primeiros jogos que eu joguei no pc e o primeiro jogo que eu comprei. Era um jogo de aventura estilo point-and-click, assim como outros clássicos como Beneath a Steel Sky (da mesma produtora de Broken Sword), Black Dahlia, The Dig, Full Throttle, Myst, The Secret of Monkey Island e muitos outros.
Para muitos esse estilo de jogo pode ser considerado ultrapassado, desconhecido ou até mesmo desnecessário hoje em dia, afinal com gráficos em 3D qual a graça de jogar em um cenário 2D com gráficos pintados à mão? Para aqueles que são Graphic Whores ou não se importam com uma boa história ou enredo não há o que discutir. Apesar das novas tecnologias terem permitido outras formas de jogar, o estilo point-and-click ainda vive, e têm feito muito sucesso, aliás. The Wolf Among Us e The Walking Dead, ambos produzidos pela Telltale Games, são jogos que ajudaram a revitalizar o gênero e são um sucesso de crítica e vendas. Então, acho que agora podemos dar atenção para Broken Sword com o respeito que a série merece.
A série gira em torno das aventuras de George Stobbart, um americano advogado de patentes que conta com a ajuda de Nicole Collard, uma jornalista francesa. Ao longo da série eles investigam inúmeros mistérios e crimes.
Além deles há muitos personagens marcantes e recorrentes nos jogos, como André Lobineau, um historiador que ajuda a dupla em alguns momentos e sente uma grande atração por NIco, deixando George cheio de ciúmes; e o casal Pearl e Duane Henderson, que sempre aparecem nos lugares que você menos espera. Mas, além desses personagens há os vilões, sempre muito bem construídos, fazendo com que você realmente queira terminar o jogo para acabar com eles.
O enredo dos jogos é sempre baseado em algum mistério/crime que precisa ser desvendado que eles acabaram se envolvendo acidentalmente. Porém, apesar de seguir uma "fórmula", cada jogo possui sua identidade própria e a história é bem conduzida, fluindo naturalmente, na maior parte dos jogos. O jogador realmente curioso e quer chegar ao final para desvendar o mistério ou crime. Há reviravoltas e surpresas ao longo de todos os jogos, tornando a história menos previsível.
A jogabilidade não apresenta mistérios, a maioria dos títulos é no estilo point-and-click, ou seja, você só precisa clicar para andar e interagir com pessoas/objetos. Apesar de parecer que há pouca liberdade, isso faz com que o jogador tenha que realmente pensar para jogar, pois muitas das soluções dos puzzles vêm da forma como você interage algns objetos, embora algumas vezes você acabe clicando na tela inteira até achar algo que você deixou passar. A única exceção é o terceiro jogo, que é totalmente em 3D e os controles são como os de qualquer jogo de aventura do mesmo estilo.
A trilha sonora merece destaque, todas as músicas são orquestradas e dão o clima certo ao jogo. Uma das músicas mais marcantes para mim é a abertura do primeiro jogo. Ela já mostrava o potencial do que estava por vir. Mas, como estamos aqui para falar do quinto jogo, a trilha tenta ser fiel ao original, mais especificamente ao primeiro jogo e consegue prestar a homenagem devida. Além disso, há duas músicas que não orquestradas, sendo que a principal delas é a Jasmine, que toca em vários momentos e em uma cena bem engraçada em que o George tem que dançar.
Tendo tudo isso em mente, e quanto a Broken Sword 5? É um jogo que vale a pena ser jogado, tanto pelos fãs da série quanto pelos jogadores que estão tendo contado com esse tipo de jogo de aventura agora. O jogo está sendo desenvolvido pela mesma equipe dos jogos anteriores e trás de volta a mesma jogabilidade e características do primeiro jogo.
Apesar de ser o quinto jogo, aqueles que nunca jogaram outro título da série não ficarão perdidos na história, uma vez que ela independe das outras. Porém, há diversas referências aos outros jogos e inside jokes que passarão despercebidas por aqueles que não conhecem a série, embora isso não prejudique a experiência.
O único ponto negativo que creio merecer destaque é quanto a dificuldade dos puzzles, não teve nenhum que eu realmente tenha ficado horas tentando resolver, mas se considerarmos que atualmente os jogos são feitos para serem fáceis para atrair um público maior, então ele está dentro da média, mas acredito que poderia ter um pouco mais de desafio. Isso não significa que o jogo precise ter outro "infame puzzle do bode", considerado um dos puzzles mais difíceis de jogos e quem jogou o primeiro jogo deve se recordar de algumas horas de frustração descontadas no teclado e no monitor por não conseguir passar pelo Billy.
Para finalizar, como o jogo ainda está em desenvolvimento, foi lançado apenas a sua primeira parte, sendo que a segunda será lançada ainda no primeiro semestre de 2014 como um update, não sendo necessário comprá-lo separado, como acontece com os jogos da Telltale Games mencionados anteriormente. O preço está mais do que justo para esse jogo e vale a pena para aqueles que são da velha guarda dos jogos de aventura ou aqueles que estão em busca de novas aventuras.
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