Avaliações de Crusader Kings III

10

Escrevi análises de dlc's do Crusader Kings 3 e percebi que não havia escrito uma análise sobre o jogo em si, apenas algumas expansões. Então resolvi escreve-la agora e compartilhar com a comunidade. O que dizer de Crusader Kings 3? É uma tarefa difícil e um misto de sensações. No lançamento, num longínquo e pandêmico setembro de 2020 veio a luz o mais novo capítulo da série Crusader Kings. No lançamento o jogo era imenso, englobava muitas coisas que haviam no CK2 - juntando muitas dlc's do CK2 - e a promessa era gigantesca. O gráfico, os personagens, os estilos de vida, os legados dinásticos e muitas outras coisas me deixaram afoito para desvendar todos os seus mistérios. Já era um jogador experiente de CK2, e agora a promessa e os desafios pareciam ter uma dimensão maior. Quem conhece bem a produtora, conhece bem o esquema de lançar um jogo base e a partir dele ir trabalhando e colocando cada vez mais conteúdos, sabores, novidades com as famosas dlc's. A promessa era realmente gigantesca. Gastei muito do meu tempo de quarentena conhecendo o novo jogo, e passadas algumas boas horas de jogatina os primeiros problemas apareceram. O jogo é fácil... difícil explicar esse "fácil" num jogo complexo, mas parecia que tudo era escrito e predestinado para nós, jogadores, nos darmos bem desde o início da jornada. Mas tudo bem, era apenas o lançamento e muitas águas ainda iriam rolar com os futuros dlc's, que aos poucos foram chegando, e as novidades eram bem vindas, mas ainda ficava aquele sentimento de incompletude, de uma certa banalidade, e eu nunca tinha sentido isso em nenhum outro título que joguei da produtora. Era um sentimento de que não importava o que se fazia, com quem se fazia - cultura, religião, parte do mapa - tudo iria dar na mesma coisa, no mesmo lugar, sem diferenças - muitas vezes literalmente sem diferença NENHUMA - e não importava nada dessas coisas comentadas. Isso foi um tremendo balde de água fria. Acho que o primeiro trabalho que adicionou uma camada a mais no jogo foi Tours & Tournaments, com as suas bem vindas e bem trabalhadas escolhas culturais, pilares, etc etc. Deu uma sobrevida no jogo, mas logo já parei de joga-lo de novo por falta de expectativas de longo prazo, afinal, é um jogo que abrange séculos de duração, mas você não sente uma evolução, a não ser um personagem depois do outro, depois do outro, depois do outro, cuidar de crianças, uma depois da outra, depois da outra, e construções que vão sendo desbloqueadas lentamente, que no fundo só deixam o jogo mais desigual entre jogador x IA, pois o jogador que conhece minimante o jogo, conduz naturalmente muito melhor do que a IA, e isso durante séculos/horas de jogatina a fio. Não existem mecânicas que nos dizem "estamos no século X, e agora o foco é Y", é sempre a mesma coisa, não muda nada na guerra, diplomacia - que aliás, acredito que é a pior de todos os jogos da produtora, a parte diplomática -, não muda nada de nada nunca, é um eterno cuidar de crianças, tomar terras, e construir coisas para ficar cada vez mais forte, fora os eventos repetitivos que no fundo também não mudam muita coisa independente do que você escolha. E olha que Tours & Tournaments veio basicamente depois de 1 ano e meio do lançamento, e o próximo passo de alguma relevância depois de Tours & Tournaments foi feito a pouco tempo com Roads To Power (fim de 2024), ou seja, mais uns dois anos e meio na conta. Para dizer bem a verdade, é ridículo isso, parece enganação, parece vídeo de gente que vai lhe contar o segredo da vida, mas não diz nada - o que me faz me sentir mais tolo ainda de jogar o jogo, mesmo tendo essa opinião -. É isso como - infelizmente - eu enxergo o jogo hoje em dia, um imenso simulador de NADA. Mas seria muito injusto dizer que é um jogo ruim, e querendo ou não, eu tenho umas boas centenas de horas nele. Acho que a crítica vai mais nos passos e escolhas que a produtora tomou nesses longos e preguiçosos anos. O jogo tem potencial, mas eles ainda não acordaram o gigante sabe, e eu espero que isso aconteça em breve. É um bom jogo, mas de minha parte, cabe mais críticas negativas do que positivas. O sistema do Steam não tem uma escolha neutra, que no meu caso em particular, seria a escolha para essa avaliação, mas como é 8 ou 80, vou negativar. E para não me demorar mais, pois está ficando longo, chato, e quase chegando a lugar nenhum - parecendo o próprio produto avaliado -, eu paro por aqui com as últimas considerações. Se você nunca jogou e se interessa, vale a pena, mas leia e veja vídeos de análises antes de sair gastando seus preciosos dinheiros - se isso faz alguma diferença para você -, e independentemente, alguma diversão você eventualmente vai ter, principalmente se for um jogador novo.

Um dos melhores jogos mais completos em relação a reino, idade media que temos, particulamente entrou no meu top5.

Diário de um Jogador: A Saga do Duque de Portucale Ano de Nosso Senhor 1066. Decidi começar minha jornada em Crusader Kings 3 com Nuno Mendes, Duque de Portucale, o último conde da linhagem de Vímara Peres. Meu objetivo? Tomar o controle do Condado de Coimbra, declarar independência do Reino de Leão e, com sorte, formar o Reino de Portugal antes que os mouros me engolissem ou que os reis espanhóis resolvessem me esmagar. Capítulo 1: O Começo de Uma Dinastia Nuno não era o melhor governante: temperamental e sem grandes talentos militares, mas sua linhagem era antiga. O primeiro passo foi casar com uma princesa asturiana, garantindo uma aliança com o poderoso Reino de Leão. Depois, tratei de arranjar um bom tutor para meu filho e herdeiro, para que ele não fosse tão medíocre quanto o pai. Enquanto isso, decidi expandir meu poder discretamente. Meu espião descobriu que o Conde de Coimbra tinha um segredo sujo, e, com uma ameaça bem colocada, ele foi forçado a jurar lealdade a mim. Assim, sem precisar de uma única guerra, dobrei meu domínio. Capítulo 2: Traição e Independência Com mais terras e ouro no bolso, decidi que era hora de me livrar da influência do rei de Leão. Mas não seria tão simples: um pedido formal de independência só resultaria em guerra, e eu não tinha forças para isso. Então, joguei sujo. Iniciei um plano para assassinar o rei. Um veneno na taça? Um acidente de caça? Tudo parecia promissor… até que meu espião foi pego. Em vez de ser executado, fui humilhado publicamente e minha lealdade foi questionada. Tive que ajoelhar e jurar fidelidade eterna, perdendo prestígio e respeito dos nobres. Furioso, mudei de tática. Comecei a plantar discórdia dentro da corte de Leão, fomentando rebeliões e apoiando nobres rivais. No caos que se seguiu, vi minha chance: me declarei independente e formei o Condado de Portugal. Capítulo 3: O Reino de Portugal Nasce no Sangue Independente, mas vulnerável. Os mouros do sul viram minha fraqueza e me atacaram rapidamente. Meu exército era pequeno, mas contei com mercenários e, com muita sorte, venci a primeira guerra. Mas eu sabia que não sobreviveria a uma segunda. A única solução? Aliar-me ao Reino de Castela. Minha filha foi prometida ao herdeiro do rei castelhano, e, com isso, consegui um poderoso aliado. Quando os mouros voltaram a atacar, Castela veio em meu auxílio e os derrotamos juntos. Como recompensa, tomei Santarém e Lisboa, fortalecendo minha posição. Depois de muitos anos de guerras e alianças, finalmente consegui prestígio suficiente para me proclamar Rei de Portugal. Meu duque fracassado, que começou a campanha humilhado por Leão, agora era um rei respeitado. Epílogo: O Fim da Dinastia Os anos passaram, e meu herdeiro, que eu criei com tanto cuidado, era um incompetente degenerado. Assim que assumi o trono, meus vassalos começaram a se rebelar, Castela me traiu e os mouros voltaram com força total. Meu reino, construído com tanto sacrifício, desmoronou em menos de duas gerações. Meu último descendente morreu exilado, e assim terminou a gloriosa (e curta) história do Reino de Portugal. Conclusão: Mais Uma História de CK3 E assim é Crusader Kings 3: você pode conquistar um império, mas sempre estará a uma traição, um herdeiro incompetente ou um exército inimigo de distância do colapso. Cada partida é uma narrativa única, cheia de reviravoltas, tragédias e glórias. Agora, com meu reino destruído e minha linhagem extinta, só resta uma coisa a fazer: começar de novo.

O jogo é muito bom e, com o tempo, fui melhorando minha gameplay. No entanto, é cheio de detalhes e pode ser difícil para iniciantes, já que não oferece muitas instruções. Recomendo assistir a algum vídeo de gameplay antes de começar.

Jogo incrível, dá para ficar horas jogando e planejando o que fazer com seu reino e o futuro depois que assumir com seu herdeiro, além de curtir toda historias e situações que acontecem com seu personagem, há muito conteúdo e cada play é um desafio diferente e empolgante para superar, meu jogo favorito sem sombra de dúvidas.