Tempo de Jogo:
442 minutos
Nikopol é um point-and-click de temática cyberpunk possuidor de uma trama bem esquisita, baseada em um livro de um famoso escritor francês. A obra inclusive ganhou adaptação para o cinema, mas é tão maluca que é difícil imaginar como seria o filme.
Tudo se passa em um já nem tão distante 2023 (o lançamento é de 2008), quando após uma série de guerras, religião e a política se misturam em uma França agora governada por um líder absolutista, que não só fundou um culto à sua própria personalidade, como também criminalizou todas as outras religiões.
Naturalmente surgiram alguns movimentos de resistência, e o jogo se inicia justamente quando o jogador está prestes a entrar para um deles, em uma tentativa de encontrar seu pai.
A história, apesar de completamente doida, é intrigante e prende o jogador com seu ar de mistério. Inicialmente parece se tratar de conspirações políticas em uma sociedade totalmente oprimida pelo governo. No entanto, com o decorrer da campanha, as coisas vão ficando cada vez mais estranhas, misturando diversos elementos que não parecem ter alguma relação entre si... No fim das contas, a coisa envolve deuses egípcios, alienígenas, religião, enfim, uma tremenda colcha de retalhos.
O jogo em si é difícil, mas não porque os puzzles são complicados e você não sabe o que fazer... A verdade é que é muito complicado achar os itens corretos no meio da bagunça do cenário. Sem falar do excesso de linearidade que por vezes você está tentando a solução correta, mas por não fazer exatamente o passo a passo concebido pelo desenvolvedor, ela simplesmente não funciona, e faz você perder um bom tempo procurando outra coisa para só mais tarde descobrir que estava certo desde o início, só não havia clicado no pixel correto.
Desta maneira o jogador precisa tolerar bizarrices tais como encontrar alguns documentos que não podem ser lidos, não a menos que você os coloque sobre uma mesinha no local exato onde o puzzle precisa ser resolvido. Ou ainda ter um martelo e precisar usá-lo para quebrar uma parede, mas ela se recusa a quebrar, a não ser é claro que você bata no exato lugar onde o jogo deseja que você bata...
Há também algumas cenas de ação, em que você precisa resolver o problema antes de ser pego pelos agentes do governo, o que, na prática, significa que você tem tempo para resolver a situação. Aí que a coisa fica feia mesmo, e você precisa repetir a cena várias vezes até descobrir qual a solução mirabolante para escapar dali.
Em resumo, Nikopol parece ser um jogo de nicho, lançado para agradar aquele seleto grupo de pessoas que é fã do livro. Mas mesmo com alguns puzzles de solução ilógica e uma trama cuja melhor palavra para descrevê-la é bizarra, o jogo não é ruim de tudo e vai aguçar sua curiosidade, desde que você seja uma pessoa paciente. RAZOÁVEL (6/10).
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