Avaliações de UNSIGHTED

BOM PRA KRL

muito foda

trama tá mais empenhada em TENTAR dar lição de moral do que de fato criar uma boa narrativa

Quando joguei Unsighted, me senti como se estivesse presenciando algo muito especial: uma daquelas raras combinações de jogabilidade afiada, narrativa tocante e direção de arte marcante – tudo isso vindo de um estúdio brasileiro. E não só “brasileiro” no crédito final, mas com identidade mesmo, com alma. O jogo me pegou de jeito logo de cara com seu mundo melancólico, onde o tempo é literalmente vida – cada personagem tem uma contagem regressiva que ameaça transformá-los em unsighted, robôs sem consciência. Isso cria uma tensão constante e emocional: cada decisão pesa, e não é só sobre vencer chefes ou explorar áreas novas, mas sobre quem você consegue salvar. A urgência é real. E ao mesmo tempo, você quer explorar cada cantinho daquele mundo belamente pixelado e sombrio. A jogabilidade é precisa e variada: há combate em tempo real cheio de possibilidades, com armas personalizáveis e um sistema de parry muito satisfatório. A exploração lembra Zelda, mas com uma liberdade que muitos jogos maiores não ousam dar. O jogo não te pega pela mão, e isso me ganhou demais. Dá pra sentir que foi feito com paixão, com aquela coragem típica de quem faz jogos com o coração e o talento, mesmo sem um orçamento gigantesco. Mas o que mais me marcou foi ver o quanto Unsighted representa o Brasil fora do estereótipo. Ele não precisa estampar uma bandeira ou fazer referência óbvia a cultura brasileira – ele representa a gente pela ousadia, pela criatividade, pela entrega técnica impecável. É um indie que bate de frente com os melhores do mundo, sem precisar "parecer gringo". Ele simplesmente é bom demais. E isso, como brasileiro, me deu muito orgulho. No fim das contas, jogar Unsighted é lembrar que o Brasil faz jogo de altíssimo nível. É saber que temos artistas como a Tiani Pixel e a Fernanda Dias criando coisas que não só competem globalmente – elas inspiram. E eu fico feliz de fazer parte de um país que cria algo assim.

UNSIGHTED me pegou de surpresa com um dos combates mais recompensadores que já experimentei em um jogo 2D. Rápido, preciso e com uma curva de aprendizado que exige respeito, dominar o parry é essencial — e incrivelmente satisfatório quando você acerta. A estrutura lembra bastante os Zeldas clássicos, com novas ferramentas que expandem a exploração e revelam segredos em um mundo interligado e bem construído. A sensação de progressão é ótima, especialmente para quem curte ação com elementos de metroidvania. Mas o que realmente me marcou foi a mecânica de Anima — a energia que mantém os automatos vivos. É uma ideia corajosa, que coloca urgência real nas suas escolhas: gastar tempo explorando ou salvar aquele personagem que você gosta? A tensão constante me envolveu, mas também me fez hesitar em me perder no mundo como normalmente faço. A opção de desligar o sistema existe, mas sinto que vai contra a proposta do jogo. UNSIGHTED não quer só ser jogado, ele quer te fazer sentir, decidir, e viver as consequências — e por isso, se tornou uma experiência única pra mim.