Tempo de Jogo:
2552 minutos
Jade Empire, você joga com um personagem customizável (em poucos detalhes viu, nada complexo) que cujo passado você desconhece que é criado na escola de artes marciais de Two Rivers pelo grande Master Li. Você é o melhor aluno de Master Li que põe grandes expectativas em você. Seus progenitores morreram em Dirge, Monastério responsável por guardar o portal para a dimensão da Deusa Water Dragon, você é o último deste clã que foi eliminado pelo Imperador Sun Hai e seus irmãos, sobrando somente a ti para estabilizar o equilíbrio entre o mundo real e o mundo espiritual, desequilibrado pelo roubo da vida da Deusa Water Dragon.
Uma aventura e uma série de desastres e companheiros irão surgir e se desenvolver nesta engajante ambientação oriental que me fez perder um bom bocado de horas fazendo ambas as trilhas de finais possíveis, como clássico da BioWare vindo de uma tradição do Knights of the Old Republic, temos o final bom, mal e neutro. Se você é fã de Avatar a Lenda de Aang, então em poucos minutos tu estará dentro deste universo original da BioWare, muito bem pensado com várias referências a cultura popular oriental. O cenário é lindo em seus diversos momentos contando com uma trilha sonora que as vezes se torna repetitiva, mas ainda imersiva. A pegada fantasia com aeromodelos movidos a combustão te deixa excitado com um universo possuindo certo ar de "steampunk" pelos aviões do jogo. Você se vê boquiaberto no começo do jogo, já pensando em todas as áreas que irá passar, histórias que serão contadas e etc. Aquele universo que automaticamente te interessa em saber mais sobre.
Jade Empire em termos de roteiro é mais uma boa obra prima nos dias de ouro da nossa querida BioWare que atualmente só vem com seus erros (não é mesmo Mass Effect 3 e Andromeda? Dragon Age?). Nos vemos numa história densa e comparado a outros rpg's, com uma linha bem violenta e ditatorial, com uma história que te deixa incomodado com a tênue linha da subjetividade opressiva da história sobre o universo em si. Imperador Sun Hai com o perdão da palavra está fodendo todo mundo seguindo os conselhos de Death Hands, seu braço direito e líder dos Lotus Assassins. Você sente o peso deles o tempo inteiro, por mais que não estejam presentes, estendem suas mãos para causar a desgraça e a morte da população do império. A história tem suas ótimas reviravoltas e a narrativa da trilha do mal é só um dos finais mais malignos possíveis que eu já tenha visto e aliás feito nos jogos. Se peca no roteiro é no pouco foco na sua linha de companheiros que é um elenco interessante, mas que não se envolve tanto na trama, você consegue se aproximar, entender mais suas psiques e motivações, porém fica só no dialogo, é um ou outro que entram ativamente no roteiro em side quests ou até mesmo na main quest. Black Whirlind e sua side quest inteira na Grande Arena na Cidade Imperial é de arrepiar com seu final! Mas fica a desejar. Até mesmo em certos plot's românticos que são bem clichês, porém na trilha do mal é divertido corromper seu par romântico!
As Side Quests em sua grande maioria (como nos jogos anteriores da BioWare) consumem seu total tempo, você se dedica a elas, por mais simples que sejam (seja arranjar um casamento até enfrentar um estrangeiro que está matando os filósofos da escola imperial cujo nome me fugiu com sua arma estranha). você se diverte e se imerso dentro daquele micro verso. A parte inteira de Necropolis ou da Floresta das Raposas em Tie's Landing te absorve completo, você até esquece que nada daquilo faz parte da linha principal. A clichê quest do campeonato numa grande arena está ali cheia de desafios para se tornar o grande campeão de Jade Empire (e vai ser difícil assim na puta que pariu). Elas complementam bem o jogo, são um forte aspecto que deveria ser prezado e todo bom rpg que se respeite.
Combate e Sistema, isso aqui eu digo que envelheceu bem ein? O combate é action, você pode desviar, saltar, alterar os estilos das artes marciais que você melhora, usar ataques simples e ataques fortes para quebrar os inimigos que estejam bloqueando seus ataques, tudo muito bem pensado para se prezar pelo bom timing, mas lembre-se é jogo da BioWare, no término do jogo já estamos mais fortes que qualquer ficha de personagem level 18 no D&D 3.5. O Sistema de Combate se baseia na barra de HP (Body), Chi (SP) e Focus (Stamina?), Chi para ataques que usem magia, como o estilo de lançar bolas de fogo, pedras, gelo, vento e Focus diminui a passagem do tempo para você permitindo encadear mais sequências de golpes seguidos. Você upa de nível e distribui pontos nestes três atributos e pontos de perícia nos seus estilos de artes marciais, diminuindo o custo de Chi ou aumentando o dano do mesmo, ou aumentando a velocidade das sequências de golpes. Tudo muito bem intuitivo e acessível.
No fim ele erra na velocidade que o roteiro se desenvolve (não que ele seja corrido, mas nada longínquo quantos outros rpg's de respeito, primeira jogatina para finalizar levou 18h), porém como citado ali em cima ele implanta a semente da curiosidade e possibilidades de exploração do cenário inovador e original feito pela BioWare. Ai que vem o problema. Depois de seu prólogo em Two Rivers você segue para Tie's Landing onde 2/4 do jogo se passa, sim tem uma variedade grande de subcenários interessantes, uma boa interação de histórias e ambiente, mas nessa corrida você já libera grande parte do seu grupo de companheiros, o que fez eu olhar e falar: "mas a história então logo logo já estará acabando", segue-se para a Cidade Imperial que é 3/4 e a mesma coisa, você imerso nesse terceiro cenário cheio de subcenários e logo se segue a sequência final de eventos que é um atropelamento de capítulos pequenos comparados aos dois anteriores que te dão o desfecho antes do esperado. Você tem os aviões como já citado, que vira um mini-game dos jogos clássicos de "nave" que começou sei lá com Space Invaders, no fim ele será linear, usado em sequências específicas da história e é isso. Jade Empire é uma sequência de ótimas ideias que se atropelou um pouco, parece que correram ou tentaram compilar tudo numa versão "pocket" que é degustável, apreciável demais, mas fica aquele gostinho de: "se tivessem desenvolvido mais, seria genial!". Cortaram os horizontes de exploração que eu imaginei e nem cheguei a tocar, mas no fim foi uma experiência que valeu a pena!
ESSA REVIEW FICOU GRANDE EM, OBRIGADO A QUEM TEVE A PACIÊNCIA DE LER INTEIRO <3
Notinha 9/10 para o lindão <3
👍 : 6 |
😃 : 0