Tempo de Jogo:
1707 minutos
Far Cry 2 é um daqueles jogos que, mesmo muitos anos depois, ainda te surpreende. Lançado em 2008, é difícil acreditar como ele já entregava uma gameplay tão sólida e um mundo aberto tão bem feito pra época. A gunfight é simplesmente sensacional — cada troca de tiro tem peso, tensão, e você sente que qualquer erro pode custar caro.
A ambientação na África é um dos maiores destaques. O cenário é seco, quente, e você quase sente a poeira entrando pelos olhos quando dirige por aquelas estradas de terra. É um lugar vivo, cheio de detalhe. A trilha sonora também ajuda a construir essa atmosfera, com músicas bem encaixadas no clima do jogo.
Uma das coisas que mais gostei foi o realismo das armas. Elas se degradam com o tempo, podem falhar, travar... e isso muda completamente a dinâmica dos combates. Você não sai por aí atirando sem pensar. E o visual das armas é outro ponto positivo: nada de skins coloridas ou designs exagerados. É tudo cru, sujo, e combina perfeitamente com a proposta do jogo.
A inteligência artificial também impressiona. Os inimigos se escondem, tentam te flanquear e não são bobos — às vezes você nem sabe de onde estão vindo os tiros. A dificuldade é bem moderada, mas em certos momentos, quando te cercam, a tensão sobe demais. Parece que você tá mesmo preso num território hostil.
Agora, tem coisa que irrita. O jogo te força a entrar em combate o tempo todo. Você não consegue simplesmente dirigir por aí sem alguém te perseguir ou atirar em você. E o pior: as bases inimigas se regeneram toda vez que você passa por elas. Faz sentido dentro da história (afinal, é uma zona de guerra), mas quebra um pouco o ritmo e cansa.
O stealth aqui é o mais realista da franquia. Nada de marcar inimigo com drone ou visão de águia. Se você quiser jogar no silêncio, vai ter que aproveitar a noite, usar armas silenciadas e torcer pra dar tudo certo — porque mesmo assim, dificilmente você vai limpar uma base sem ser visto. E quando é visto... pode se preparar.
Falando em realismo, a mecânica da malária é bem interessante. De tempos em tempos, você tem crises e precisa se medicar. Isso reforça a ideia de que você não é um super soldado imortal, mas sim um cara ferrado tentando sobreviver num lugar brutal.
Os gráficos ainda seguram bem até hoje. Pra um jogo de 2008, é impressionante o que a Ubisoft conseguiu entregar — o fogo se espalhando pelo mato, o pôr do sol, a física dos veículos... tudo bem acima da média da época.
Agora, se tem uma coisa que deixa a desejar, é a história. Ela é meio confusa, e a dublagem acelera muito os diálogos, o que atrapalha bastante entender o que tá rolando. Mas dá pra perceber que a proposta é séria: o jogo quer falar sobre guerra, corrupção, interesses políticos... só que às vezes parece que ele se perde nisso.
As missões secundárias também repetem bastante: você faz contratos pra liberar novas armas, e sempre tem que eliminar algum alvo. É divertido, mas fica repetitivo depois de um tempo. Já os diamantes escondidos são a moeda do jogo, usados pra comprar armas e melhorias — então explorar ainda vale a pena.
👍 : 7 |
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