Tempo de Jogo:
647 minutos
[b]Necrobarista[/b] é um [i]visual novel linear[/i] que conta a história de um cafeteria que fica entre o mundo dos vivos e dos mortos, e os mortos possuem a chance de frequentá-la para relaxar, colocar a conversa em dia, enfim, algo que você faria em uma cafeteria, antes de partir para o além. Os vivos também podem frequentá-la, algo que eu ainda não compreendi direito como funciona.
O que eu gostaria de ressaltar nessa análise é a questão do gameplay, de como o jogo funciona. Embora possa parecer pelos trailers que o jogo é uma animação, ele é muito estático: É como se fosse um visual novel feito em Ren'Py, com a diferença de que as cenas são renderizadas na hora e não são imagens pré-renderizadas. Mesmo assim, assim como no Ren'Py, você é obrigado a ficar clicando no mouse – ou ficar pressionando a barra de espaço – para avançar em todas as cenas, e as cenas em si possuem muito pouca animação, isso quando possuem. Não há dublagem.
Para não dizer que o gameplay não tem nenhuma variação, entre os capítulos você entra em um modo onde você controla alguém em primeira pessoa de um jeito muito antiquado: a movimentação é igual a do [i]Wolfenstein 3D original de 1992[/i] e o único objetivo aqui é interagir com alguns objetos do cenário que terão alguma história para contar, de clientes que já passaram por alí e também dos personagens do jogo. Contudo, esse [i]lore[/i] adicional vem em forma de texto puro para ler na tela e, embora agregue um pouco mais de riqueza à história, eles acabam sendo um pouco cansativos. Os devs poderiam ter descartado esse "modo em primeira pessoa" totalmente que não faria falta, e mantido esse [i]lore[/i] adicional seguindo no gameplay padrão.
A trilha sonora do jogo é interessante e impactante em vários momentos, apesar de ser bem repetitiva. São as mesmas músicas tocando várias vezes durante o jogo.
A tradução em Português do Brasil está bem amadora. Há muitos erros de ortografia e muitos trechos de tradução sem sentido – ou muito literal – e, embora não atrapalhe o entendimento da história, quebra um pouco a imersão em alguns momentos. Parece que a tradução não foi revisada, e estamos falando de uma tradução oficial. Foi a pior tradução de um jogo indie que já joguei, infelizmente.
A história que o jogo conta é interessante e um tanto emotiva em seu desfecho, mas acho que o gameplay "estranho" no geral, somado com a tradução amadora, acaba tirando um pouco do seu potencial.
E é só pela história em potencial que eu estou recomendando esse jogo [b][i]com todas essas ressalvas[/i][/b]. Não vale R$ 37,99 nem ferrando. Espere uma promoção de pelo menos uns 50% se você ficar curioso em embarcar nessa história.
Acho que se o jogo tivesse tido uma execução mais simples – ainda que fosse feito num Ren'Py mesmo – o resultado teria sido melhor, do que tentar fazer algo "requintado" como [i]"cutscenes-renderizadas-pouco-animadas-não-automáticas"[/i] contrastando com um modo em primeira pessoa antiquado.
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