Avaliações de Gothic 1

👍🏼

O jogo é antigo, controles datados e uma barreira de entrada muito grande, mas nossa é um jogo tão bom a história, a atmosfera as músicas e mesmo os visuais ainda são incríveis.

Gothic é um jogo simples e ao mesmo tempo muito impressionante, de tal forma que não sei como abrir essa análise então vou começar respondendo a pergunta que a Steam me faz. -Você recomenda este jogo? – e a resposta é sim. Com toda certeza recomendo Gothic (me recuso a chamar de Gothic 1 ou até Gothic 1 Classic para dar espaço para o futuro remake, ele veio depois, ele que se chame Gothic 1 ou Gothic 1 Remake). Por se tratar de um jogo relativamente antigo (24 anos não é brincadeira) devo só dar alguns avisos aos interessados e vou considerar que seja quem for ler esta análise não conhece muito sobre o jogo. Este jogo possui uma quantidade relativamente grande de mods que mudam drasticamente a experiência e, até onde sei, esta versão é levemente modificada para rodar em widescreen. De qualquer forma eu não fui atrás de nenhum mod e vou relatar minha jornada de tal forma. Caso você tenha interesse, mas prefere usar mods que melhorem a UI, gameplay, combate, etc, fique à vontade, o importante é se divertir tanto quanto eu me diverti com este jogo. Primeiramente, recomendo ler o manual para entender os controles, ele vem nos arquivos do jogo e não tem nada complicado, depois, mudar os botões para sua preferência, da forma que ele vem você vai poder jogar o jogo todo só usando a mão esquerda, é um esquema de botões muito bizarro, ele até aceita uso de mouse, mas também pode ser ignorado facilmente. Salve com frequência e faça múltiplos saves, não faça miséria nesse caso, tem vários slots para isso e você vai agradecer a si quando perceber que fez besteira e voltar alguns minutos de gameplay, ou quando você morrer para um inimigo mais forte ou um grupo e pensar “acho que eu consigo da próxima, só preciso pegar aquele otário desprevenido”, somado a isso lembre-se sempre de alimentar seu lado curioso, explore! Nunca se sabe quais segredos você pode revelar ou até achar armas, magias, equipamentos que facilitarão sua vida, mas fique avisado que nem sempre há recompensas físicas pelos riscos que você pode tomar, porém a experiência sempre será bem-vinda pois ela é difícil de se adquirir no jogo, principalmente no começo. E para encerrar a sessão de dicas, a mais importante: tenha paciência, gothic é um mundo para mergulhar de cabeça, conhecer as regras, conversar com os bonecos, compreender quem gosta de quem, quem odeia quem, saber como você pode ficar nas graças de alguma pessoa influente e poder subir na hierarquia da facção. Você deve estar lendo e se perguntando, mas afinal sobre o que é Gothic? Gothic conta a história de um reino humano que está em guerra com Orcs. Para a produção de armas para a guerra, o rei ordenou que todos os prisioneiros e criminosos do reino fossem obrigados a trabalhar na mina principal que o minério além de servir para forjar armas e armaduras é mágico e faz seus produtos serem mais poderosos. Para evitar que esse importante recurso caia na mão dos inimigos os magos do reino tiveram a ideia de criar uma barreira mágica em volta da mina, porém como as coisas não podem dar certo senão não temos uma história, a magia não sai como planejada e ao invés de impedir que entrem, a barreira impede que qualquer um que entrar saia. Assim tornando o lugar todo numa grande prisão. Aproveitando a bagunça, os prisioneiros se rebelaram, mataram seus captores e dominaram a extração de minério (note que o minério nunca é dado um nome, por isso não uso outra palavra para descrevê-lo) e agora tem uma opção de negociação com o rei. De tempos em tempos suprimentos são mandados para a prisão, agora denominada de Colônia, em troca do precioso minério e novos prisioneiros são também entregues para somar à força de trabalho explorada. É aí que você entra, o mais recente prisioneiro (você não tem nome, ninguém nunca vai deixar você se apresentar e não há como mudar ou escolher como será seu personagem) que está sendo levado para a colônia quando um mago a serviço do rei lhe entrega uma carta com a ordem de ser entregue ao mago chefe da ordem dos magos de fogo. Considerando que você acabou de entrar num mundo novo com novas regras onde você mal se encaixa ainda, isso é uma boa oportunidade para conseguir favores com pessoas poderosas. Assim que você passa a barreira você já é recebido com uma surra de um guarda do chamado Old Camp mas em seguida outro membro vem te receber de forma mais amistosa, Diego (que não é amigo, inimigo ou aliado, ele é um pai para você em sua jornada, grande homem) te apresenta o seu novo mundo. A colônia está dividida em 3 facções: o Old Camp, a primeira facção a se estabelecer, eles quem mantem as negociações e contato com o mundo exterior, também detentores da maior mina e que sua base fica bem no centro do mapa, será seu primeiro destino para conhecer e se acostumar com o jogo. O New Camp, dissidentes do primeiro acampamento, também tem acesso a uma segunda mina, bem menor que a primeira, porém eles são autossuficientes por separarem uma parte de seus membros numa plantação de arroz e de uma aguardente à base desse arroz. E por último, irmandade, ou seita para a maioria de fora, são um grupo religioso que acredita que há um deus adormecido dentro da Colônia e que quando ele acordar, ele libertará todos, essa facção se estabeleceu na única área da Colônia que cresce uma planta que quando processada pode virar um fumo, sim, a grandiosa diamba, a famosa maconha (eles não usam o termo, mas é a própria). Cada uma dessas facções tem o mesmo objetivo, acabar com a barreira e escapar da colônia, como diz mano Brown “vários tentaram fugir, eu também quero, mas de um a cem a minha chance é zero”, porém elas tem discordâncias de como prosseguir para escapar e até mesmo disputas internas, pois cada uma delas é muito bem dividida em classes, tem as camadas mais baixas como mineradores, ou coletores de planta, noviços, fazendeiros, aí temos os que se destacam como guerreiros para proteger a facção, e também para forçar os trabalhadores a se manterem submissos e na linha, e por final os líderes que tendem a ser magos que faziam parte do grupo original. Quase tudo isso é explicado para você nos primeiros minutos do jogo que já te devolve com a seguinte pergunta: qual facção você se juntará? E é aí que Gothic simplesmente abre, te dá esse contexto de mundo e lhe permite simplesmente explorar, obviamente você vai primeiro para o Old Camp, fica mais perto, poucos perigos, o Diego é de lá, mas nada impede, e nem deveria mesmo, de você ir nos outros acampamentos conhecer a história deles, ver se você se identifica mais com outro grupo, juntando a um você tem mais possibilidades de adquirir magias mais cedo caso seja seu objetivo fazer um personagem mago, só como exemplo. Sem contar que o mundo de Gothic é brutal, diferente de outros RPGs (e nada de errado com eles nesse sentido, só uso para demonstrar como Gothic se faz diferente) onde o personagem começa batendo em lobinhos ou bichinhos normais para ir adquirindo experiência e se tornando mais e mais forte, aqui o mais básico dos inimigos no começo é um perigo mortal pois você não sabe nem ao menos usar uma arma direito, não tem uma armadura protetiva, então toda luta é pela sua vida, especialmente no começo, e as únicas formas de conseguir experiência no jogo é matando bichos ou pessoas (não que você consiga matar alguém no começo, ponha-se no seu lugar) ou completando quests (algo que você vai demorar um pouco para conseguir) e assim que você sobe de nível, você continua o mesmo boneco imprestável, pois você só conseguiu pontos de habilidade que você terá de ir em alguma pessoa que possa te ensinar habilidades como aprender a lutar de espada, arrombar portas, roubar bolsos, aumentar sua força, sua destreza, etc, fazendo com que cada passo que você dá em direção a ficar mais forte venha com uma satisfação enorme de conquista pessoal, você realmente se esforçou e lutou por essa habilidade nova. (continua nos comentários abaixo)