Tempo de Jogo:
1913 minutos
Masquerada: Songs and Shadows é um RPG tático com criação de estratégias baseadas em combate com pausa e grande foco em sua história e lore. Desde setembro de 2016 o jogo está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC, mas foi só recentemente que o jogo entrou no meu radar, 9 no dia de maio de 2019, quando recebeu uma versão para Nintendo Switch.
O jogo conta a história de Cicero Gavar, um jovem exilado de sua terra natal, Citte della Ombre, que é requisitado de volta com o objetivo de encontrar um dos regenti de Avestus Aliarme (um membro de alto escalão do governo, o Pretório) que desapareceu, além de solucionar o mistério da morte de dois companheiros que também foram atrás de respostas.
Apesar do visual claramente dotado de uma arte admirável, da trilha sonora sensacional e de um trabalho de dublagem excepcional, o diferencial desse jogo fica mesmo é em relação a sua lore: As mascherines perpetuaram uma cultura de desigualdade entre os membros sedentos por poder das guildas conhecidos como masquerada e a empobrecida classe baixa, os contadani. Uma guerra civil persistente incitada pelos rebeldes contadani que roubaram as mascherines dos masquerada apenas deixou cicatrizes e desconfiança por toda Citte desde então. Nessa guerra, que já dura cinco anos, o futuro do país é ameaçado pela extinção dos nobres masquerada.
''Quando uma guerra acaba? Quando os trompetes da paz soam? Quando os mascareiros estão mortos na sarjeta? Não, acaba quando para de ecoar por cada rua, de assombrar cada rosto. Acaba quando os prédios que ela esvaziou se enchem de novo.'' — Avestus Aliarme
Na caótica Citte, a influência da religião é nula. Somente os cânticos entoados sobre os feitos de um ombriano transportarão o seu legado para além da morte. Aqueles que detêm o mínimo de poder vão fazer o que for preciso para que sua canção perdure. Partindo de um Códex rico em conteúdo, passando por uma lista de locais e chegando ao legado do mundo de máscaras icônicas que concedem aos seus portadores o poder de canalizar os elementos e lançar magias destrutivas.
Em suma, a história e a lore de Masquerada são seus pontos mais fortes, características que acabam ganhando mais relevância graças a facilidade que o jogo têm em contar uma história da maneira ”correta”, entregando detalhes e acontecimentos a medida em que os mistérios são resolvidos. Fora tudo isso, ele ainda conta com personagens carismáticos que possuem seus próprios objetivos e que terão a fé posta à prova conforme se aprofundam na conspiração que se oculta nas sombras de Ombre.
Saindo da parte mais artística e falando especificamente do combate, no início da jornada você deverá escolher entre um dos quatro elementos (Fogo, Terra, Água e Ar) para dar poderes a Cicero e definir qual será sua mascherine, o que em teoria deveria mudar as estratégias de jogo e acrescentar fatos rejogabilidade, mas infelizmente na prática isso não passa de algo visual. Quer dizer, o jogo é linear, então não espere por estratégias distantes de combate ou abordagens diversificadas como em um CRPG tradicional, nesse aspecto a única semelhança de Masquerada com o gênero é sua câmera isométrica e, talvez, alguns diálogos opcionais espalhados pelo mapa, acredite.
Essa é a história de Cicero, mas aqui também controlamos seu grupo de aliados, podendo alternar livremente entre eles durante os momentos de batalha. Falando de uma forma geral, a parte do combate segue da maneira mais simples possível, digo, esqueça a ”tática com criação de estratégias baseadas em combate com pausa”, Masquerada até tenta usufruir da sua parte RPG, mas falha miseravelmente nisso. Pra mim, o grande problema disso foi não prover o devido balanceamento de combate necessário, para se ter uma ideia do que estou falando, eu basicamente finalizei a campanha gerindo a ferramenta de ataque automático da equipe (incluindo o próprio Cicero), isso sem falar que a partir de determinado ponto da história a árvore de habilidades se tornou literalmente ignorável.
Apesar de todas as limitações impostas por se tratar de um jogo viabilizado por Kickstarter ele até que se sai bem no que diz respeito a otimização e parte técnica, tirando seu número exagerado de loadings. O jogo roda bem no console (só tive a oportunidade de testar a versão mais recente, do Nintendo Switch) e não existe muito da máquina caso executado no PC. O único problema técnico sério que tive foi quando uma personagem inexplicavelmente saiu da tela de jogo (do mapa) e ficou em uma área inecessível, nesse caso tive que voltar um ponto de salvamento pois não era possível dar continuidade a jogatina.
Ah é, gostaria de destacar que tanto a versão de console quanto a de PC possuem localização completa (apenas texto) para nosso idioma, Português do Brasil.
[b]Conclusão:[/b] Masquerada: Songs and Shadows é um jogo que tem sucesso no que propõe, ele entrega um enredo sólido, personagens cativantes e uma lore excepcional, além de uma parte artística incrível, com direito a trilha sonora e dublagem excelentes. Porém, o combate deixa bastante a desejar, não há desafio (exceto em uma ou outra batalha contra chefes) e faltou balanceamento para motivar o jogador a usar o mínimo do cérebro para planejar estratégias. Por fim, acredito que o jogo entrega um material de qualidade e que merece a atenção de quem busca por jogos no estilo.
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