Tempo de Jogo:
3111 minutos
Criminal Girls é um JRPG em turnos do etilo “Dungeon Crawler” com alguns elementos leves de eroge, eu comprei o jogo pela semelhança em visuais com uma das minhas séries favoritas: Persona (e toda série MegaTen), eu recomendo Criminal Girls se você gosta do gênero, mas, com certeza, eu colocaria ele em uma categoria “mediana” se a Steam tivesse uma.
[h1]História e Personagens[/h1]
A história é simples, você é um tipo de carcereiro do inferno e tem que guiar um grupo de garotas marginais que morreram antes de cometer os seus crimes, então você tem que levar elas para um topo de uma torre para completar o programa de reforma para permitir que elas retornem a vida.
A história em si e bastante rasa e descompromissada, seu personagem é raso que nem papel, mesmo comparando com MCs de outros games parecidos, a maioria do dialogo e a interação entre as garotas, as vezes você tem que fazer uma “escolha não-escolha” que altera minimamente o dialogo.
Quanto as garotas, juntando todas elas nem chegam perto da complexidade dos personagens de Persona e é fácil saber que elas existem para satisfazer um certo clichê de personagem, algumas são melhores desenvolvidas e até dá para simpatizar com a situação que as levou a ir pro inferno, mas se você já assistiu uma cota razoável de animes, você já viu todos esses tipos personagens umas trezentas vezes e com melhor desenvolvimento.
[h1]Exploração[/h1]
Dungeon crawler básico do básico, os mapas são mais trabalhados do que jogos típicos de RPG Maker, mas não são lá muito engajantes, alguns tem as famosas mecânicas como botões e teleportes mas aqui eles não são tão irritantes quanto em outros títulos.
[h1]Combate[/h1]
Provavelmente o pior aspecto do jogo, para quem jogou Persona 3, naquele jogo algum gênio teve a ideia de remover a opção de comandar os seus aliados, então você tinha que confiar em um padrão de comportamento e rezar pra IA não te ferrar, então?
Agora imagina se o seu personagem só pudesse usar itens e trocar personagens e você só pudesse escolher uma ação por turno e o resto da sua party simplesmente senta e apanha? E essa tal ação é completamente randômica?
Pois bem, eu acabei de descrever o sistema de combate em Criminal Girls…
Existem algumas nuances que o tornam o combate um pouco mais tolerável, (mesmo achando que esse é o meu lado sadomasoquista falando) por exemplo, as suas ações podem dar um “reroll” nos comandos escolhidos (ênfase em PODEM) e a IA tenta reagir as ações do combate, por exemplo, boa parte dos chefes têm ataques que precisam de um turno para carregar, então Ran que é a “paladina” do grupo, pode comandar todo o grupo defender para diminuir o dano pela metade, o mesmo vale para cura é buffs e debuffs.
Porém, a IA é tão confiável como uma casa de cartas, por exemplo: boa parte dos personagens tem habilidades que permitem buffar o grupo inteiro (o que nesse jogo é uma boa estratégia, buffs e debuffs são usáveis o jogo inteiro), porém, as vezes os personagens querem buffar mesmo quando todo mundo está no máximo, é irritante porque tais buffs não acumulam em efeito e nem duração, cura é outro negócio complicado, as vezes você troca para o Yuko, a “curandeira” do grupo, para curar todo mundo que tá morrendo, mas a bendita quer debuffar o chefe que já tá debuffado (lembrando que, mesmo se você tiver personagens vivos no banco, se a party em combate morre, é game over), também a Ran no final do jogo ganha a habilidade de tornar todo mundo indestrutível por dois turnos (o que é indispensável nos últimos chefes apelões) e deveria ativar ela toda hora que o chefe começa a carregar um ataque, mas então a bendita não quer ativar o poder, mesmo com MP cheio, ela recusa usar a habilidade, certa vez ela até não quis mandar todo mundo defender e foi game over na hora.
Tudo isso dá um sentimento muito randômico ao combate, você não sente que ganhou ou perdeu por falta de habilidade ou estratégia, mas por sorte, o balanço é todo desorganizado, certos personagens são extremamente OP (Alice, Ran, Tomoe), enquanto outros são praticamente inúteis no late/endgame (Kitagiri).
Falando em desbalanço, é lógico que após o primeiro chefe eles ficaram sem ideias de como fazer uma luta de chefe ser desafiadora, todos os chefes finais têm movimentos ridículos, como atacar 11 vezes por turno, botar debuffs e todos os estados negativos em todo mundo, atacar mais de uma vez por turno, ataque especial que mata todo mundo em 1 hit, e mesmo assim e relativamente fácil, tudo o que eu tenho que fazer e esperar Alice dar a vontade para carregar a sua magia final e liquidar o chefe em 3 hits e rezar para Ran ajudar o pessoal sobreviver até lá.
[h1]Progressão[/h1]
Entrando no aspecto mais polêmico do game, além de ganhar EXP e levels como todo RPG, para ganhar habilidades você tem que “motivar” as garotas em um mini-game que lhe permite adquirir habilidades especiais para o combate, tal mini-game têm um aspecto eroge e houve uma certa controvérsia pela censura deste.
Sendo franco, o game não vale apena só por este aspecto, tem poucas poses e a animação é mínima, lá pro final do jogo você vai enjoar desses mini-games, modders foram capazes de recolocar o conteúdo censurado de volta ao jogo e é bastante fácil de instalar, então você tem essa opção.
Após motivar uma garota o bastante, você ganha uma side-quest, sendo o quase o equivalente de elevar um Social Link em Persona, fazendo a quest você ganha um bônus como desconto em uso de MP e pontos no minigame de motivação, tais quests rapidamente se tornam chatas de mais, a primeira vista elas seriam alguns desafios interessantes como “derrote essa batalha com este grupo específico” ou testar o seu conhecimento sobre o jogo, mas então lá pro final todas elas são “Retorne a andar A, para pegar item B, e abrir portão C”
Quanto a dificuldade, o game é bem fácil, mesmo com o aspecto randômico do combate, seus personagens são realmente fortes quando eles querem, a exploração se torna trivial, visto que não há equipamentos ou armas para coletar e a loja vende tudo o que você vai precisar e dinheiro nunca falta.
Quanto a replay o game tem pouco, entrando em spoilers mínimos, perto do final do jogo você tem que fazer uma escolha relacionada a uma das personagens que altera o seu final, felizmente o game sabe que é estúpido jogar do começo só pra ver um final de um personagem diferente e avisa pra você fazer um save separado para ver todas as opções.
Após o final, há uma dungeon para o final verdadeiro e depois uma dungeon extra, que na verdade são mais do mesmo.
[h1]Apresentação[/h1]
O game tem uma boa apresentação em geral, os sprites/menu são bem detalhados mas falta animação, os monstros são figuras estáticas e os efeitos especiais são bastante genéricos, no geral o game lembra algo feito em RPG Maker mas com um pouco mais de esforço.
Por falar em monstros, no geral eles são o ponto fraco, ele são tão inspirados nas shadows de Persona que eles não mesclam bem com o resto da arte, não há personalidade única, essa falta de criatividade é mais evidenciada pela falta de animação.
[h1]Conclusão:[/h1]
Se você gosta de JRPG, Criminal Girls é uma boa distração se você não tiver nada melhor pra jogar por um tempo, mas nada extraordinário, espere por descontos/queda de preço pois pelo preço integral (R$36,99 quando eu escrevi esta review) francamente não vale apena, têm jogos de RPG Maker MUITO mais baratos com melhor história e mecânicas.
E se o seu negócio é eroge, tem muitas outras opções melhores por aí.
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