Tempo de Jogo:
708 minutos
[h1][b]Um adventure charmoso que certamente alcançou o status de cult, e vale a pena até hoje.[/b][/h1]
É complicado falar deste adventure que eu tanto amo e odeio ao mesmo tempo. A saga de Nina começa aqui, e se prolongou por mais alguns jogos (comprovando que havia espaço para mais dramas e explorações), porém o real problema dos "Secret Files" é que todos acabam sendo apenas genéricos em sua fórmula e roteiro - mas o engraçado (e irônico) é que isso aqui funciona tão bem que acaba sendo um jogo com uma zona de conforto ideal para os amantes de uma aventura clássica, e certamente isso é algo inesquecível. Me fiz entender? Bem, mas vamos aos fatos.
Este primeiro jogo do que acabou por se transformar em uma franquia foi um excelente início para a mesma, mas com seus tantos altos e baixos. Inicio falando da protagonista: a Nina. É triste como a dublagem desta jovem é ruim, além de acabar ajudando - talvez intencionalmente? - a criar uma personalidade apenas.. irritante para a personagem. A cada fala, que já não se ajuda muito em certos textos cafonas, a Nina apenas parece uma garota mimada e chata, além de extremamente arrogante. Quando ela conhece o Max (que aqui ainda não pode realmente ser considerado um protagonista) e começa uma certa parceria na jornada e resolução dos puzzles, a coisa até melhora um pouco (afinal existe uma certa química), porém realmente a personalidade da personagem não convence ao querer criar uma investigação de proporções épicas e até meio extravagante. Ou seja, eu acredito que a dublagem da Nina, em conjunto com o texto de boa parte do jogo, não ajuda em nada na proposta pretensiosa que o mesmo propõe, infelizmente.
Mas, como falei anteriormente, o jogo tem sim suas qualidades. Então vamos a elas!? Bem, eu acredito que o que mais me chama a atenção aqui (desde a primeira vez que joguei, lá no seu lançamento) são as locações escolhidas e os gráficos extremamente acolhedores e chamativos. É incrível como a gente passa por cima de Nina, Max, alguns puzzles ridículos, diante de gráficos tão elegantes e ideias de contextos que tornam tudo aqui bastante divertido. Já falei como o jogo é pretensioso em se tratando do roteiro, afinal falar do mistério de Tunguska não é algo simples, pois toca em diversos fatos e mitologias, mas eles até que conseguem fazer isso muito bem. Este jogo poderia ser excelente, se não fosse, claro, o texto meio pastelão e os rompantes da Nina (que parece uma eterna adolescente tentando ser madura). Ainda tem o mistério de desaparecimento do pai da eterna aborrescente e as nada sutis investidas do Max, mas isso é realmente bem empregado na dinâmica da história como um todo. Então, sim, eu acho que esse mix meio maluco ajuda demais a tornar o jogo extremamente divertido. É aquela história de bom jogo ruim.
Sinceramente, [i]Secret Files: Tunguska[/i] é um dos meus adventures favoritos. Não chega a ser a empreitada distópica da Kate Walker (Syberia), ou a incrível jornada da April Ryan (The Longest Journey), mas alcança seu status cult muito bem, se equiparando facilmente a jogos como [i]Runaway: A Road Adventure[/i]. E, o principal, sabe muito bem criar um terreno que acolhe e promove uma sensação bastante nostálgica a qualquer fã de adventure games - e isso não é tão fácil. Como disse anteriormente, infelizmente possui alguns defeitos que atrapalham um pouco o aproveitamento da jogatina, e perde a oportunidade de criar mais uma protagonista feminina icônica, mas se você colocar estas coisas um pouco de lado, irá aproveitar uma encantadora e misteriosa jornada. Indico também os outros jogos da saga, mas adianto logo que a Nina continua um porre até o fim - Socorro!
👍 : 5 |
😃 : 0