Tempo de Jogo:
1207 minutos
Super recomendo!
É um jogo que por muito tempo relutei para comprar. O motivo da relutância é simples: o tema me interessava, a ambientação me interessava, a nacionalidade me interessava muito, mas, ao ver o trailer, o gameplay me parecia muito distante do tipo de game que eu gosto.
Comprei em promoção e fiquei muito surpreso ao jogar.
É sobre um demônio invisível, de natureza frágil, mas letal, que é invocado por poderoso feiticeiro uma tarefa simples: matar 3 pessoas, contudo esse demônio tem seus próprios interesses e aproveita-se da oportunidade para atingir seus objetivos. Seria um ótimo jogo de terror, contudo nós controlamos esse ser demoníaco.
[h1]PRÓS[/h1][list]
[*]Ambientação e história. Nesse quesito o jogo é de fato uma raridade!
Não é fácil encontrar por aí jogos ambientados na Pérsia medieval. Sério: eu já procurei a beça. Além da série [i]Prince of Persia[/i], do primeiro [i]Assassin's Creed[/i] e um ou outro game casual ([i]Cradle of Persia[/i], por exemplo), eu não conheço mais. Pesquisei inclusive jogos iranianos e encontrei apenas alguns que se passam na Pérsia moderna (aka Irã) [spoiler]Aproveito para pedir recomendação de outros jogos ambientados na pérsia medieval[/spoiler].
Além disso é um dos poucos jogos que tratam a magia como algo mais ou menos próximo do Histórico. Ainda que tome certas liberdades, a feitiçaria não é mostrada como os magos comumente encontrados em jogos de rpg, soltando raios e bolas de fogo de seu bastão mágico. A magia aqui é inspirada nas artes ocultas.
As referências são explícitas: símbolos alquímicos, [spoiler]gênios aprisionados[/spoiler], golens de madeira e, principalmente, [spoiler]o Lemegeton (também conhecido como Clavicula Salomonis Regis):[/spoiler] um livro do período renascentista, creditado falsamente ao rei Salomão, que descreve como invocar demônios e fazê-los obedecer seu invocador.
[*]Arte gráfica: Como quase tudo no jogo, a arte também foi inspirada na pérsia medieval. Mas o que achei melhor é que não se ateve aos clichês hollywoodianos (como acontece em [i]Prince of Persia[/i] - nada contra: sou fã da série). Todo o desenho, desde as personagens às paredes, é inspirado nas iluminuras encontradas em manuscritos medievais.
[*]Trilha sonora: de todas as coisas, acho a trilha sonora foi o que mais me chamou a atenção. Lembrou-me muito os desenhos animados antigos (Tom & Jerry, Bambi e etc.), quando a trilha sonora não apenas criava um ambiente, mas também acompanhava as ações das personagens. Dessa forma além da música ambiente, também temos uma música mais ou menos aleatória, que acompanha os guardas, dançarinas, servos e etc. Os instrumentos medio-orientais os acompanham não apenas seus passos, mas suas mudanças de temperamento (quando as personagens ficam surpresas, com medo, em alerta e etc.).
[*]Furtivo: finalmente um jogo furtivo que realmente é furtivo. Fora algumas excessões ([i]Thief[/i], por exemplo) a grande maioria dos jogos que tentam ser furtivo, se perdem na ação. Isso porque, à medida que a personagem se fortalece, o combate costuma se tornar muito mais fácil do que a furtividade ([i]Assassin's Creed[/i], por exemplo) - eu posso até estar enganado, mas foi assim com a maioria dos jogos furtivos que já joguei.
Aqui a conversa é diferente. Como basta apenas 1 ataque para morrer, o ideal é procurar manter-se a maior parte do tempo completamente invisível e inaudível aos seus adversários.
[*]Puzzles. Muitos Puzzles! Nada que te faça sofrer como esses jogos acontece em games point & clicks sem sentido ([i]Machinarium[/i], por exemplo).
Muito pelo contário.
Em geral são puzzles clássicos baseados em sons, movimentos, luzes e [i]timing[/i]. Mas isso não significa não cobram tempo e raciocínio para resolvê-los.
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[h1]CONTRAS[/h1][list]
[*]Jogabilidade: para ser sincero achei um bocado difícil me acostumar com a movimentação da personagem. Apesar de se movimentar livremente para todos os lados, não há um desenho e animação própria para as diagonais. Nada que estrague a jogatina... Mas no começo pode ser um pouco chato.
[*]Controles: Isso, infelizmente, é sofrível. A combinação de teclas padrão não é muito intuitiva. Tampouco o é a navegação pelo menu. Para piorar, ao mudar as teclas para algo mais confortável, a navegação do menu também pode acabar mudando.[/list]
[h1]VEREDITO[/h1]
Definitivamente jogo mais pontos positivos que negativos. É um jogo divertido e que cobra atenção do jogador, tanto na furtividade, quanto nos puzzles. No entanto não é nada que o faça ser impossível de zerar sem ajuda. Pouquíssimas vezes me senti tentado a procurar algum detonado, mas em todoas as vezes consegui vencer sem essa tentação e passar a dificuldade sozinho. Além disso funcionou perfeitamente, sem travamentos, glitches ou bugs. O ponto alto está em todo que diz respeito a ambientação e história, algo que torna Qasir al-Wasat uma verdadeira pedra preciosa no mundo dos games.
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