Tempo de Jogo:
9022 minutos
[h2] Estrelando... Lara Croft! [/h2]
Essa análise não é movida a nostalgia! Afinal, só descobri Tomb Raider no final da era Playstation 2, não tendo, inicialmente, qualquer memória afetiva com a trilogia clássica original do PS1. Por mais que tenham sido jogos que eu havia visto primos e irmãos mais velhos pelejando para passar das fases, (inclusive tendo que apelar às revistas mensais com detonados) eu jamais os tinha jogado antes, pelo menos até agora no final de 2024. E que o encanador bigodudo e italiano me perdoe, mas a persona mais icônica dos games é, sem dúvidas, ela, a moça britânica de cintura fina e com um lindo e enorme par... De olhos castanhos.
Lá em 1996, quando a maioria dos jogos eram voltados ao público infantil, com animais antropomórficos e trilhas sonoras alegres, o gênero de plataforma era absoluto. Porém, uma galera visionária pensou "e se fizéssemos algo mais realista, se passando no mundo real, atirando com armas de fogo em inimigos, explorando cenários semiabertos, quem sabe até com veículos? E vamos fazer diferente, nada de supersoldado, guerreiro ou espião... Vamos colocar uma protagonista feminina!" E assim nasceu nossa querida arqueóloga, pavimentando o caminho para Jill Valentine e Chun Li. Uma personagem que estourou no mundo todo e logo ganhou uma adaptação hollywoodiana com a bela Angelina Jolie. Temos aqui uma Lara que é bem diferente da sobrevivente obstinada da trilogia mais moderna. Aqui ela é uma personagem sarcástica, totalmente lúdica, com uma vibe de total anti-heroína. Afinal, independente de quem ou o que esteja no caminho, o que importa para essa Lara é ter o artefato exposto numa vitrine da sua mansão, não importando se o objeto está em posse de uma tribo no Sul do Pacífico ou de guardas da Área 51.
De um jogo para o outro é visível o salto e evolução em todos os quesitos. O primeiro é curto e quase que totalmente linear, com poucos inimigos e segredos. Porém, não menos criativo, onde seus puzzles, principalmente os da Grécia e Egito, são fantásticos. O segundo jogo adiciona os veículos, como lanchas e quadriciclos, além dos percursos maiores para os utilizarmos. O terceiro jogo adiciona a possibilidade de se pendurar em tetos, além da habilidade de se abaixar e se arrastar por túneis apertados. São mecânicas que vão se somando, e que a cada visita à mansão nos ensinam novos caminhos e rotas para se chegar aos objetivos, além de novas formas de combater os inimigos com o nosso arsenal de pistolas, metralhadoras e explosivos.
E chegamos então ao brilhante Remaster de toda essa experiência, o qual manteve-se o mais fiel possível, mas lapidando as arestas deixadas para trás. Os gráficos cartoonizados, os quais jamais buscaram qualquer realismo, estão agora ainda mais charmosos, apesar do alto número de serrilhados presentes. E se você nasceu numa época pós controles direcionais, direto nos analógicos, nada tema, não precisa enlouquecer com o clássico controle de tanque. A jogabilidade foi refeita do zero, e os [i]"controles modernos"[/i] estão agora disponíveis nas opções (eles inclusive trivializam certos trechos complicados e combates mais difíceis). A decisão de colocar o jogo original rodando de fundo ao mesmo tempo, onde podemos intercalar entre eles num apertar de botão, é simplesmente genial, um comparativo direto e sincero entre bits e pixels, mostrando como cada canto e textura foi retrabalhada. As conquistas são um show à parte, onde muitas incorporam os bugs e memes dos jogos originais em seus títulos e artes, onde que minha jornada aos 100% foi uma das mais divertidas e desafiadoras que já fiz. Com certeza vale a pena mergulhar nestes clássicos, sendo eles diretamente responsáveis por muitos dos conceitos e mecânicas hoje consagrados no mundo dos games.
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