Tempo de Jogo:
279833 minutos
Path of Exile (POE) não é um MMORPG, como a maioria o classifica. POE é, na verdade, um action-RPG online. Você não tem necessariamente que interagir com outros jogadores se não o quiser, e mesmo que o queira, sua interação é limitada apenas a um chat global e a alguns poucos (5) jogadores que você, por ventura, permita que entrem em sua equipe (party).
Considerado o sucessor verdadeiro do Diablo II pelos mais saudosistas, Path of Exile é um jogo bastante interessante para quem gosta de RPGs hack-and-slash com uma grande gama de possibilidades em suas builds. Com uma árvore de habilidades de mais de 1300 pontos diferentes além de um complexo sistema de crafting, cada personagem torna-se único em seu potencial, apesar de, no momento, não ter tantas possibilidades de customização visual.
Após mais de 4000 horas jogadas, sinto-me confiante que posso dar o verdadeiro valor ao jogo nessa análise sem, no entanto, deixar de considerar seus pontos fracos. Por isso, vamos por partes:
[h1]Conceito e Existência[/h1]
Path of Exile é um jogo que foi desenvolvido desde seu início para dar aos saudosistas jogadores de Diablo II um ar de renovação. Chris Wilson, o líder do projeto, e seus companheiros fundaram uma empresa chamada Grinding Gear Games, a atual responsável pelo gerenciamento do jogo, e decidiram dedicar-se exclusivamente ao desenvolvimento de POE.
Seguindo o modelo original de Diablo II, o Path of Exile tem point-of-view semelhante, embora com gráficos melhores e atualizados para uma nova geração (inclusive, recentemente, recebendo suporte a DirectX 11 e algumas funcionalidades exclusivas deste), além de conter o mesmo 'feeling' de grinding que tanto tornou Diablo II famoso.
[h1]Jogabilidade[/h1]
Com uma árvore de habilidades de mais de 1300 opções, além de 6 raças iniciais, POE tem uma jogabilidade altamente imersível e de grande liberdade aos jogadores. Ao criar um personagem, você tem uma série de quests que devem ser seguidas sob uma história modelo, dividida em dez atos e em duas partes. Ao finalizar a primeira parte da história, você parte para a segunda, com uma dificuldade maior, já que você recebe algumas penalidades.
Terminada a parte da história e com seu personagem por volta do level 60 (level 100 sendo o máximo), você parte então para o conteúdo end-game do jogo, que consiste, na maior parte do tempo, 'rodar' mapas (mais de 100 tipos diferentes) em dificuldades diferentes em busca de mais level e/ou itens raros e ajudar Zana, uma NPC, na guerra do atlas. É aí que o grinding se torna interessante para pessoas que gostam (como eu). Para as que não gostam, você pode simplesmente começar de novo se quiser e tentar novas e divertidas builds.
Para se ter uma ideia dos níveis de grinding do jogo, estima-se que a possibilidade de dropar um dos itens mais raros do jogo (Espelho de Kalandra) seja de uma vez a cada dez anos se você jogar cerca de 4 horas por dia. É bastante, de fato, mas seu alto valor no jogo faz com que todos sonhem com a possibilidade de tornarem-se ricos da noite pro dia.
Os servidores são divididos em ligas. Há a liga permanente softcore e a permanente hardcore. A diferença entre uma e outra consiste no fato de que, se você morrer com seu personagem na liga hardcore, ele será automaticamente transferido para a liga softcore (ao contrário de Diablo, onde você perde o personagem).
Há também as ligas temporárias, normalmente lançadas a cada 2 ou 3 meses. Elas oferecem um "fresh start", ou seja, um início fresco para aqueles que não querem se submeter à inflacionada economia das ligas permanentes ou simplesmente desejam tentar se perpetuarem como ricos comerciantes ou crafters de itens nas novas ligas. Note que, ao final de cada liga, seus personagens lá localizados, bem como o baú da sua conta, serão transferidos para as ligas permanentes.
[h1]Gráficos[/h1]
Além do que pode se ver nas próprias imagens, Path of Exile não é um jogo que possa se dizer ser muito voltado ao desenvolvimento de belos gráficos. Os gráficos são sim medianos, mas mantém-se sempre atualizados com o que há de moderno no mundo dos jogos. Há cerca de um ano, como já mencionado, o jogo recebeu suporte a DirectX 11, além de alguns efeitos especiais a mais (como o movimento responsivo de capas e asas de personagens a skills ou até mesmo o vento). Na mesma época o jogo também recebeu portabilidade para o Xbox.
Sua customização visual também não é muito rica (por enquanto), sendo você, na maior parte do tempo, obrigado a ficar preso ao visual de seus itens e de sua raça (não há diferença de sexos, por exemplo - se você escolher raça X onde o personagem é, por padrão, feminino, ele continuará sendo feminino). Toda e qualquer customização visual não padrão, ou seja, que não é próprio do item que você esteja usando, é paga. A única exceção são as recompensas fornecidas no final de cada liga. Apesar disso, no último ano, a GGG tem investido bastante nesse quesito, com uma notável melhora.
O jogo tem atenção exclusiva da Grinding Gear Games, sua empresa gerenciadora. Com um início difícil de 5 funcionários, ela hoje conta com mais de 150 pessoas em dedicação exclusiva, fazendo com que seu suporte seja um dos mais efetivos que eu já tenha visto (enviei cerca de 10 a 15 tickets e a média de tempo para resposta deles foi de 5 minutos - é incrível).
[h1]Comunidade[/h1]
Você pode escolher interagir com a comunidade ou não. Esse é o principal fator que faz com que Path of Exile não seja, per-se, um MMORPG, onde, por definição, você é obrigado a interagir com um universo de jogadores. No geral, a comunidade de Path of Exile é bastante amigável e disposta a ajudar, mas, como em todo jogo, há bastantes trolls e, principalmente, scammers.
O [i]scam[/i] é legalizado no jogo desde que não seja através de transações da vida real (ou RMT - do inglês, [i]real money trading[/i]). De acordo com o próprio Chris Wilson, a empresa tenta não realizar nenhum tipo de regulação do mercado dentro do jogo, logo cabe a cada jogador tomar conta de seus itens e analisar seu devido valor antes de se desfazer dele para outro jogador. Ainda segundo ele, no jogo, [i]'knowledge is power, and power is everything'[/i] (conhecimento é poder, e poder é tudo).
No começo, não foram poucas as vezes que fui enganado por jogadores mais experientes, comprando a preço de banana mercadorias que poderiam valer bem mais caso eu soubesse seu devido valor, por isso recomendo cautela a jogadores novatos.
[h1]Pay-to-win?[/h1]
[b]Não.[/b] Não há sequer um fator que possa ser considerado pay-to-win em todo o jogo. Tudo que é adquirido por dinheiro real é por mero conceito de embelezamento e/ou [i]status quo[/i]. O único fator que possa ser considerado pay-to-win para alguns jogadores (eu não considero, no entanto) é o fato de que, ao criar uma nova conta, você recebe gratuitamente 3 abas no baú e para adquirir mais abas você deve dispor de dinheiro real.
No entanto, é bem comum o conceito de [i]mules[/i] no jogo, onde você cria vários personagens (você pode criar mais de 20 ao todo) para guardar itens dentro de seus inventários, o que não faz com que seja um fator limitante aos jogadores que não desejam pagar por conteúdo dentro do jogo.
[h1]Conclusão[/h1]
Path of Exile é uma obra-prima dos action-RPGs onlines. Sem dúvida o melhor do gênero, com a melhor companhia de jogos existente da atualidade em sua direção, mas eu, obviamente, sou suspeito a falar, já que "desperdicei" (e com orgulho) mais de 3000 horas da minha vida no jogo. Se você gosta de jogos com bastante [i]grinding[/i] e com uma grande gama de possibilidades de ações, sugiro que teste Path of Exile.
[h1]Nota: 9.5/10[/h1]
Pontos positivos:
[+] Grinding complexo
[+] Grande gama de possibilidades
[+] Árvore de habilidades com mais de 1300 opções
[+] Ligas que oferecem um começo igual a todos
Pontos negativos:
[-] Baixa gama de customização visual (mas que tem melhorado no último ano)
👍 : 73 |
😃 : 3