Avaliações de Kao the Kangaroo (2000 re-release)

Eu confesso que nunca tinha jogado nada da franquia Kao antes, e começar justamente por esse primeiro jogo me deixou com um pouco de medo. Mas vamos lá: pra época em que foi lançado, ele é um jogo bem feito. Os cenários são variados, as fases são elaboradas — algumas até demais, parecendo que foram pensadas só pra pro players. Kao é um personagem carismático, com luvas de boxe e disposição pra encarar qualquer coisa. A estrutura é bem aquele clássico da plataforma 3D dos anos 2000: correr, pular, bater, coletar. A câmera dá umas travadas de vez em quando e os controles não são os mais precisos do mundo, mas tudo dentro do esperado pra um jogo da geração do Play 2. O problema começa mesmo quando você tenta rodar o jogo hoje. Eu tive dificuldade pra fazer funcionar e até acabei criando um tutorial aqui na Steam pra ajudar quem estiver passando pelo mesmo perrengue. #ficadica Mas beleza, jogo funcionando, bora jogar. Aí você começa com 3 vidas. Tranquilo, né? Só que não. Porque se você perder essas 3 vidas, não importa se está na fase 1 ou na última: o jogo simplesmente te manda de volta pro começo. Nada de continue. Nada de save. Pelo menos na versão que joguei. E isso transforma o jogo em uma experiência extremamente frustrante. Parece mais castigo do que desafio. Você pode até dizer “ah, mas tem jogos como aquele do cara pelado dentro de um barril que também são assim”. Sim, mas ali a proposta é essa. É sobre vencer um desafio gigantesco de uma vez só. Aqui em Kao, o jogo te dá vidas, te dá estrutura de fase a fase... e depois te arranca tudo se errar demais. Fica parecendo mais uma falha de design do que uma escolha intencional. Apesar disso, Kao the Kangaroo (2000 re-release) tem seu valor como peça de época. Serve pra entender como funcionavam os jogos de plataforma no começo dos anos 2000 e ver o embrião de uma franquia que, anos depois, ganharia novos jogos bem mais polidos. No fim das contas, é um jogo bacana pra conhecer. Vai te divertir? Pode ser. Vai te irritar? Provavelmente. Mas se a ideia for explorar as raízes da série, vale a pena dar uma chance — com paciência e, se possível, um save state por perto.