Tempo de Jogo:
1732 minutos
[h1]Soulstice[/h1]
Nas minhas primeiras impressões, o jogo era promissor: visuais bonitos, gameplay interessante e o potencial de ser um jogo divertido. No final das contas, ele foi tudo isso — mas também apresentou alguns problemas nesses mesmos pontos.
[h2]História[/h2]
No geral, a história cumpre o papel de apresentar a lore do jogo e construir um mundo interessante, mas a narrativa é expositiva demais e muitas vezes se perde em diálogos longos e sem impacto. A construção de mundo é boa, mas às vezes o foco da trama se perde e só retorna muito depois, tendo partes que eu esqueci o que aconteceu pela demora entre os acontecimentos e a explicação.
Além disso, tem o fato de que quase todos os diálogos são contados no estilo de Visual Model, o que pra mim quebra um pouco o ritmo da história e de eu particularmente não curto muito esse estilo de diálogo.
Também vale mencionar que o jogo possui uma quantidade considerável de capítulos em que quase nada de relevante acontece, o que prejudica o ritmo da campanha como um todo.
Os personagens são bons, principalmente por conta da diferença de personalidade de cada um, e o contraste entre as duas protagonistas é bem feito.
No final das contas, a história tem um desfecho satisfatório, mas com muitos exagerados e forçados, que não irei comentar por spoilers.
[h2]Gameplay[/h2]
A gameplay começa de forma simples e vai se tornando mais complexa de maneira orgânica, o que funciona muito bem. No entanto, o jogo introduz algumas mecânicas que parecem desnecessárias em certos momentos — especialmente as habilidades de campos da Lute. Em alguns casos, eles mais atrapalham do que ajudam no ritmo das lutas e da exploração.
As armas tentam oferecer variedade, mas em grande parte do jogo fiquei confuso sobre quando e contra quem usar cada arma de forma eficaz. Falta clareza nas descrições, o que dificulta entender o melhor uso de cada uma delas.
Outro problema recorrente está na câmera, que funciona bem na maioria das situações, mas tende a ficar com ângulos ruins em locais pequenos ou corredores estreitos — o que dificulta a movimentação e atrapalha combates mais apertados.
Por outro lado, a dinâmica entre Briar e Lute é o ponto alto do sistema de combate. A fluidez entre ataque e defesa funciona muito bem, e os momentos de sinergia — especialmente durante as habilidades especiais — são criativos, visuais e bastante cinematográficos. Esses momentos dão um ar épico às lutas, e evitam que tudo vire apenas mais um hack n'slash genérico (sem entrar em spoilers, claro).
As músicas cumprem bem seu papel durante exploração e combates, mas em alguns momentos senti que a trilha era mais agitada do que a atmosfera sombria do jogo pedia, o que causava um leve estranhamento de tom.
No geral, a gameplay entrega ação sólida e divertida, mas peca em algumas mecânicas mal aproveitadas e na falta de variedade fora das batalhas.
[h2]Cenários e Ambientação[/h2]
Os cenários de Soulstice são visualmente muito bonitos, com uma direção de arte bem trabalhada que combina com o tom sombrio do jogo. Porém, essa beleza acaba sendo mal aproveitada pela baixa variedade de cenários. A maior parte da campanha se passa em muralhas, interiores de casas e esgotos, e essas áreas se repetem bastante até os últimos capítulos, onde o jogo até tenta variar um pouco — mas já é tarde demais para causar impacto.
O design dos mapas também é bastante linear, com caminhos muito diretos e pouca exploração real. Apesar disso, devo dizer que raramente fiquei perdido, o que mostra que ao menos o jogo é claro em sua progressão. No geral, o visual agrada, mas o mundo poderia ser mais diverso e interessante de explorar.
[h2]Inimigos e Bosses[/h2]
Os inimigos de Soulstice têm um design visual interessante e estilizado, que combina bem com o clima sombrio do jogo. No entanto, uma parte deles é apenas uma variação mais forte de inimigos já apresentados.
Além disso, por conta da confusão em torno da utilidade de algumas armas, muitas vezes é difícil identificar os pontos fracos de cada inimigo. Isso torna o combate menos estratégico do que poderia ser, já que nem sempre fica claro qual arma usar contra determinado tipo de oponente — e isso também se aplica aos bosses.
Sobre os Bosses, eles oferecem um desafio mais elevado em relação aos inimigos comuns, mas no geral são simples de entender. Seus padrões de ataque são fáceis de decorar com algumas tentativas, e a dificuldade está mais na execução do que em surpresas ou complexidade. Mas honestamente, isso não é um problema sério pra mim.
[b]7/10[/b] - Soulstice não parece ser muito conhecido, ou elogiado; ele tem várias reclamações que coincidem com os pontos que destaquei — como a falta de variedade e problemas em algumas mecânicas. Também ouvi críticas à otimização; em meu caso, o jogo teve algumas travadas, mas não encontrei bugs durante toda a gameplay. Apenas 9,8% dos jogadores concluíram a conquista de terminar o modo história, o que é meio curioso.
Apesar disso, acho que Soulstice é um pouco injustiçado. As críticas são válidas, mas o jogo me proporcionou uma gameplay divertida e prazerosa de rejogar, algo raro nos jogos atuais. Dito isso, é um ótimo jogo de fim de semana.
👍 : 4 |
😃 : 0