Tempo de Jogo:
695 minutos
[h1] Conway: Disappearance at Dahlia View - Uma bela homenagem aos clássicos policiais dos anos 50 / 60 do mestre do suspense [/h1]
Impossível não fazer alusão às obras do mestre Hitchcock, em especial Janela Indiscreta. Quando vi o trailer eu fiquei bastante animado e pensando se a execução seria à altura da promessa, da ambição. Eis minhas impressões positivas e negativas deste jogo.
[h1] Pontos Posiitivos: [/h1]
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[*] A História. Nossa, dizer que fui surpreendido é pouco. A premissa é até simples: uma menina desapareceu e é necessário investigar. Nosso personagem é um (ex) detetive particular, cadeirante, que tenta fazer boa parte do seu trabalho da janela de seu flat. A cada arco da história, reviravoltas, dúvidas, tensão, A cada conversa, a cada ambiente acessado, a cada pista encontrada, mais e mais dúvidas. Quem é o raptor? Quem é o criminoso? Quem é a figura misteriosa? Onde está a pequena Charlotte? Nem vou comentar o excelente arco final... estupendo, muito bem dirigido.
[*] Personagens. Não lembro de um jogo onde eu tenha me envolvido de maneira igual com personagens tão bem desenhados em personalidade, profundidade, humanidade, qualidades e defeitos... Não sei de quem foi a incumbência de escrever e traçar as características de cada NPC, mas o responsável (eis) está de parabéns!!! Amei e odiei todos.
[*] Dubladores. O trabalho de voz neste jogo está impecável. Não houve UM único momento em que eu possa dizer: "aqui deu uma leve caída na qualidade". Simplesmente vai de ótimo a ótimo até o final. Os dubladores, a imposição de voz, a capacidade dramática deles, tudo isso foi ímpar, significativo, diretamente efetivo no resultado excelente que pode-se ver na singularidade de cada personagem do game.
[*] Espionagem. Chamo assim, a parte da mecânica de investigação onde você utiliza o seu personagem, o detetive, para espionar, com sua câmera, tirar fotos, da janela do seu flat. Você pode perder acontecimentos importantes e encontrar eventos inusuais, apenas por observar com astúcia de águia. Conseguiram dar profundidade e tensão a algo tão normal quanto o "olhar pela janela".
[*] Diálogos. Quem sabe, faz bons roteiros. Escreveram ótimos diálogos, sem truques, sem preguiças - pelo contrário: foram muito bem na parte psicológica e atenção aos detalhes. Souberam escrever conversas de uma época onde o respeito, cortesia, cordialidade, civilidade, integridade eram comuns no trato entre as pessoas. A palavra tinha peso e era honrada. Uma época de inocência e de alguns outros problemas. Década de 20, muito bem resgatada em diálogos primorosos.
[*] Investigação. Ir atrás de pistas, in loco, por a mão na massa. Abrir portas, cadeados, gavetas, armários, segredos, cofres... Acessar corredores, cômodos, passagens, locais ocultos... Desvendar quebra-cabeças, juntar peças, encontrar itens, solucionar problemas, desatar nós e reunir evidências. Ôôôô delícia.
[*] Trilha-Sonora. Funciona no jogo, não é ruim, mas ela funciona apenas no jogo.
[*] Arte / Design 3D. Super agradável de olhar. Os modelos dos personagens, os locais, as cores. Tudo muito bom.
[*] Efeitos sonoros. Além de serem bons, eles têm um papel importante na história - tanto que existem opções ligadas a eles no "settings". Na parte de ajustes você pode decidir algumas coisas em relação aos efeitos sonoros, já que ouvir neste jogo é tão importante quanto o resto.
[*] Painel de evidências. Montar o painel e ligar evidências em busca de respostas - você vai se sentir na pele de um policial, fazendo o básico em uma investigação. O nível de dificuldade é crescente e não vou mentir, nos dois últimos arcos fica difícil, mas não é injusto. Maneiro pra caramba.
[*] Estilo clássico. De fontes a cenários e ritmo. O clássico tratado com todo respeito que merece. Um jogo que homenageia tudo o que havia de bom.
[*] Direção. A direção do jogo fez incríveis escolhas - quase todas acertadas. Não foi impecável, mas foi muito próximo disso.
[*] Câmera / Edição. Explico... Determinados momentos do jogo uma janela, pequenina, vai abrir na sua tela te mostrando alguma coisa que você precisa ver. Achei tão maneiro isso e quando você jogar você vai entender. Foi uma escolha estética, não é "chuncho" pra facilitar nada.
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[h1] Pontos Negativos: [/h1]
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[*] A cadeira de rodas. A cadeira em si, o personagem cadeirante, foi excelente. A movimentação com a cadeira (NO CONTROLE) foi simplesmente horrorosa. Nossa como eu detestei me movimentar nesse jogo. Uma pena porque o game é tão incrível, que o stress que você vai passar (vai passar) tentando se movimentar, (até se acostumar, e mesmo assim ainda vai se aborrecer) corta um pouco a imersão.
[*] Legendas em português. Não tem. Uma pena, porque alguns termos e palavras do inglês da Inglaterra não são tão familiares a mim (e a muitos) em especial tratando-se da década de 20. Tem legenda em espanhol e em inglês. Você vai ter dificuldades por isso? NÃO. Dá pra jogar numa boa, eu joguei. Seria bom legendas em português? Então... Tratando-se de um jogo onde DETALHES fazem toda a diferença, absolutamente toda a diferença, eu prefiro não correr riscos - nestes casos me sinto mais confortável em consultar a minha língua materna. Só por esta razão, coloco aqui como ponto negativo.
[*] Câmera ("fixa"). Bom, isto será um ponto impopular... Tem gente que com toda certeza vai discordar de mim, mas tudo bem. Eu gostei tanto, mas tanto deste game, da investigação em todos aspectos, que eu queria girar mais a câmera pra poder observar determinadas "coisas" e ambientes com o maior detalhe possível, mas a câmera me limitava. Lembra UM POUCO (um pouco) os resident evils antigos, alone in the dark... Alguns momentos do jogo (muitos), são assim.
[*] Inconsistências relacionadas ao cenários. Só estou colocando isso aqui, porque o jogo vai tão bem em quase tudo que eu tô sendo chato, crítico, porque sei que podiam ter ido mais além. Explico: Um jogo tão bem acabado e bem feito como esse, não pode deixar alguns furos de roteiro escaparem como eu abrir uma porta, que não deveria ter sido aberta, e isso não incomodar a pessoa que a encontrou aberta eventualmente. Objetos retirados de locais privados, deveriam exercer algum tipo de penalidade ao jogador uma vez que encontrados pelo proprietário. Luzes acesas em plena madrugada e NINGUÉM te viu? Vocês vão entender quando jogarem.
[*] Bugs e Crashes. Bugs eu lembro de 2 frequentes: a mala do detetive tendo espasmos histéricos na tela e algumas texturas renderizando atrasadas. Crashes................ VTNC!!! Meu jogo crashou umas 17 vezes (ou mais). Caía, fechava a tela... aconteceu 4 vezes seguidas em intervalos de 1 min. Brincadeira!!! Tem que resolver isso aí.
[*] Objetos sem propósito. Ok, eu entendo que algumas coisas estão ali pra dar uma pequena confundida ou pra dar uma sutil alimentada na imersão. Entendo, mas aqui acho que deram uma exageradazinha na dose - pelo menos, é uma opinião pessoal minha. Chega de abrir torneiras e pegar sabonetes. Virar latas de comida... (mas calma, não leve isso tão a sério porque ÀS VEZES é necessário).
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Bem, talvez eu tenha esquecido alguma coisa positiva / negativa na minha análise, mas no geral acho que lembrei dos principais pontos. Aos que gostam de números, o jogo Conway: Disappearance at Dahlia View, é um ótimo [h1] 9 [/h1]
Não dou 10 devido aos pontos negativos e não diminuo mais a nota porque, apesar do que é ruim, aquilo que é bom, é muito bom. A balança pesou mais pros acertos que pros erros. Obviamente recomendo este jogo aos amantes de boas histórias, bons diálogos, bons personagens, bons mistérios, temas adultos e investigação e quebra-cabeças.
Certamente recomendo o jogo no preço cheio, nem espere descontos e promoções - mas lembre-se de ter um dicionário de inglês em mãos pra te dar uma segurança extra. Acaso você não saiba NADA de inglês, espere tradução, infelizmente.
Estupendo - um jogo pra mim e pra você também.
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😃 : 0