Tempo de Jogo:
2939 minutos
Telltale, uma empresa que fez o impossível: criou um jogo focado em história, com capítulos separados no estilo de uma série, mas com a péssima decisão de vender todas elas separadas e uma mais cara que a outra. Claro que, para a empresa, isso é ótimo, mas para o consumidor, foi um verdadeiro porre. Quase 10 anos depois, finalmente lançaram uma versão que reúne todos os capítulos em um só lugar, com pequenas melhorias aqui e ali, viabilizando a compra, pois finalmente teremos a experiência completa. A versão definitiva conta com cinco temporadas para jogar. Por isso, vou dar um pouco da minha opinião sobre cada uma, seguindo a ordem de lançamento:
A Primeira Temporada conta o começo da infecção, onde controlamos Lee. De longe, é a melhor em termos de história, com personagens marcantes e carismáticos. O senso de urgência presente do início ao fim é realmente único, e foi o que fez a Telltale deixar sua marca na época, tanto que ganhou GOY em 2012. Além disso, inclui a DLC “400 Days”, que mostra o ponto de vista de alguns personagens que veremos (ou não) na segunda temporada.
A Segunda Temporada segue os acontecimentos 400 dias após o final da primeira, agora com Clementine como personagem jogável. É uma temporada extremamente importante para moldar o caráter dela, além de revelar o destino de vários personagens anteriores. Aqui, o foco sai um pouco da urgência e se volta mais para a sobrevivência, onde sacrifícios difíceis precisarão ser feitos ao longo da jornada.
Já a Terceira Temporada (A New Frontier) é um divisor de águas. Alguns gostam, outros nem tanto e eu, particularmente, gostei. Seguimos a jornada de Javier, um ex-jogador de beisebol, cerca de 4 anos após a segunda temporada. Infelizmente, ela deixa furos em relação ao que aconteceu com Clementine nesse tempo e apresenta personagens mal desenvolvidos, com estereótipos fáceis de prever. Falta empatia com a maioria deles, e a história não traz reviravoltas marcantes como nas anteriores. Apesar disso, a jornada de Javier é bem contada, e sua relação com Clementine é um ponto alto.
A temporada da Michonne conta com apenas três episódios, ambientados no mesmo universo, mas fora da linha principal da Clementine, o que a torna praticamente irrelevante. É bem feita, mas muito curta. Michonne é uma personagem boa de mais e merecia algo maior, dentro do escopo da série principal.
Quarta Temporada (The Final Season), Traz Clementine novamente como a protagonista, se passando de 2 a 3 anos após os eventos da terceira temporada. Graficamente e mecanicamente é a melhor, com a simples adição de uma câmera sobre o ombro, tornando o jogo mais dinâmico e melhorando bastante o combate. Os primeiros acontecimentos da temporada são bem desenvolvidos. Algo que me incomodou foi a legenda desta temporada, que em alguns momentos a partir do segundo episódio mudava inexplicavelmente para o francês. Esta temporada foca mais a relação de Clementine com AJ outros sobreviventes.
O jogo como um todo é uma obra-prima que merece ter sua chance. Sua história, sendo o principal (e praticamente único) atrativo é tão bem feita que chega a ser absurdo como não conseguiram se manter. O desenvolvimento de personagens é extremamente bem feito e para mim, Lee e Kenny são os melhores disparado ... Clementine é um caso a parte, seu desenvolvimento foi simplesmente incrível. Mas chegar ao final e ver aquele fechamento, para quem jogou, sente que os episódios finais não tiveram o cuidado e o carinho que mereciam.
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