Avaliações de LUNARK

[h1]Um Salto Moderno para o Passado[/h1] [b]Observações:[/b] [i] - Um frescor para um clássico gênero; - Direção de Arte lindíssima; - Cenários diversificados e com muita identidade; - Animação fluida e cinemáticas incríveis; - Trilha sonora e sonoplastia extremamente agradáveis; - Adição muito bem-vinda de movimentos; - Level Design que entrega diversidade nos desafios, com bom timming; - Lore muito interessante, onde infelizmente jogou-se no seguro; - Jogo infelizmente curto, com bom ritmo e de dificuldade acessível; - Excesso de homenagem aos backers in-game; - Estranhamente há algum tipo de bug na obtenção de troféus; - Não possui tradução em PT-BR[/i] Para aqueles da 'velha guarda', certamente há espaço na memória para as aventuras vividas em [b]Prince of Persia[/b], [b]Flashback[/b] e [b]Out of This World[/b] (jogos estes, aliás, que guardo com carinho na minha coleção de SNES). O primeiro, inclusive, foi um dos meus primeiros títulos (em sua versão DOS) que joguei no PC - em uma época onde era raro encontrar quem tivesse um. Seria impossível que [b]Lunark[/b] passasse despercebido do meu radar e felizmente temos aqui um título que retorna ao passado buscando frescor - onde poderia inclusive ser mais ousado, aprofundando mais a história ao jogo com mais níveis. [h2]Um Passo de Cada Vez[/h2] [b]Lunark[/b] é um jogo de plataforma cinematográfica, uma interpretação (ou subgênero) de plataforma onde a física busca se aproximar mais da realidade. Cada passo, pulo, salto ou ação precisam ser pensados cuidadosamente - pois um erro poderá ser fatal. Majoritariamente você perceberá que jogos deste tipo possuem ausência mínima ou total de um HUD afim de agregar mais valor à imersão, fazendo com que o jogador foque apenas nos elementos visuais [i]in-game[/i] necessários para prosseguir. Por conta disso, a cadência costuma ser lenta e metódica, o que fará com que você precise assimilar (ou reaprender) uma memória muscular diferente do habitualmente entregue em jogos plataforma. Tudo será fundamentado no controle de seu ritmo e no [i]timming[/i] de suas ações para não morrer sequencialmente. [h2]Uma Distopia Retrofuturista[/h2] O planeta Terra se tornou inabitável ao ponto da humanidade propor a busca para um novo lar a fim de sobreviver. Cientistas criaram uma IA chamada [i]NOAH[/i], responsável pela construção de uma gigantesca estação espacial na Lua chamada Lunark - literalmente uma arca, que realizaria a expedição humana entre as estrelas. Após alguns anos, Lunark entrou na órbita de um planeta chamado [i]Albaryne[/i], que seria o reinício da civilização. Neste ínterim, aparentemente alguns poucos cientistas foram despertos de seu sono criogênico, onde apenas um sobreviveu - onde não se sabe seu paradeiro. Você encarnará Leo, um indíviduo portador de envelhecimento precoce, protegido de Gideon, que governa o estado instalado do novo planeta. Subitamente a região é atacada por um grupo terrorista e você precisará agora realizar uma importante missão ordenada por Gideon, sem muitos detalhes, acerca da recuperação de um misterioso artefato. É daqui que a aventura se inicia. O jogo é composto de 12 estágios, entregando um desafio bastante acessível a quem não está habituado. Você terá um acervo minúsculo de itens e coletáveis durante a jogatina, com alguns lugares escondidos para encontrar. Empunhando uma pistola laser, você poderá realizar upgrades, assim como em sua quantidade de vidas. O visual pixelado, munido de uma trilha sonora com grande influência de [i]synthwave[/i] e [i]chiptune[/i] nos fazem imergir com satisfação nesta atmosfera retrofuturista. A aplicação de rotoscopia (técnica de desenho/animação sobre filmagens reais, criando movimentos mais naturais) nas cenas é simplesmente impressionante e os desafios são equilibrados, não enjoativos e normalmente focados em determinadas mecânicas de jogo. [h2]Entre Pixels e Pulos, faltou Ousadia[/h2] Obviamente, em um contexto [i]cyberpunk[/i] com uma estrutura narrativa sólida, esperava que a história pudesse se desenrolar com variedade de arcos gerando maior engajamento - porém o espaço de tela dado à essa construção fica aquém da expectativa - perdendo o potencial de maior quantidade de estágios, segredos e reviravoltas. Você simplesmente poderá focar apenas nas mecânicas e jogar sem se importar com a história - o que é frustrante na medida em que você percebe claramente que o escopo poderia ser bem maior. Fato é que em minha jogatina a curva de aprendizado alcançou seu ápice e quando percebi, o jogo estava em seu final. O jogo é divertido o suficiente para que você almeje mais capítulos, tanto em um contexto de Lore quanto por conta da jogabilidade e a sensação boa de aprendizado e recompensa. Um fato que me incomodou um pouco foi o fato de que há um esforço genuíno (e justo) de a todo momento agradecer os apoiadores da campanha no Kickstarter. Acredito que uma melhor solução pudesse ser entregue, já que perde-se tempo de desenvolvimento textual para apenas ficarmos lendo uma lista de nomes (que para quem financiou é emocionante, mas para quem está jogando apenas parece desconexo do contexto narrativo). Espero que o estúdio tenha tido sucesso financeiro suficiente para que novos títulos neste estilo possam alcançar existência, aumentando o escopo e a ousadia que faltou aqui. [h2]Resumindo:[/h2] [b]Lunark[/b] entrega uma experiência nostálgica, envolvente e acessível, com um visual deslumbrante, desafios bem balanceados e uma ambientação sonora impecável. Seu potencial narrativo poderia ter sido melhor explorado, assim como sua longevidade. Seja você fã de clássicos como [i]Flashback[/i] e [i]Prince of Persia[/i] ou novato no gênero, essa jornada vale cada passo – e cada pulo calculado. Recomendo demais !