Tempo de Jogo:
2038 minutos
Sou órfão de Heroes of Might and Magic 3, confesso. Para mim, foi o melhor da série, antes dela iniciar seu declínio em desabalada carreira. Foi com a decepção com HoMM 7 que acabei encontrando Disciples 3. Assim como o jogo que o inspira, aqui você controla um herói que vai explorando o mapa em busca de recursos, itens etc. Quando enfrenta um inimigo, o cenário muda para um campo de batalha, com combate tático entre suas tropas e as inimigas. Só que se em HoMM você controla pelotões com numerosos soldados, em Disciples os exércitos são bem menores: você só possui uma única unidade de cada tipo, como se estivesse controlando um grupo de aventureiros num RPG: o arqueiro, o mago, a curandeira, o guerreiro, etc.
Essa mecânica torna tudo diferente, pois se em HoMM você comprava mais criaturas a cada semana para fortalecer seu exército, em Disciples a única maneira de ficar mais poderoso é passando de nível. Tanto seu herói quanto suas tropas ganham experiência e passam de nível, e suas criaturas podem receber um upgrade de classe após alguns níveis, caso você possua a construção apropriada na sua cidade (ex: o squire pode se tornar um knight). Já seu herói recebe pontos de perícia ("skills") que ele pode gastar em certas melhorias, inclusive a possibilidade de levar mais tropas consigo.
O problema é que isso deixa Disciples 3 moroso, repetitivo. Como seu exército só fica mais forte ganhando experiência, você se vê obrigado a entrar em todas as batalhas, até as mais irrelevantes. E, se em HoMM você conseguia transitar das criaturar mais fracas para as intermediárias e as mais fortes em espaço de tempo relativamente curto, mantendo um ritmo dinâmico, em Disciples 3 tudo demora uma eternidade: passam-se váaaarios turnos com as piores criaturas, depois mais váaaarios turnos com as criaturas intermediárias-porém-ainda-bostas, depois mais uma pá de tempo com as intermediárias-agora-sim-melhorzinhas, para só então chegar nas criaturas top.
Tudo seria mais aceitável se o combate fosse instigante, mas não . O mapa onde se desenrola é pequeno e só as criaturas mais fortes é que precisam de alguma tática para serem derrotadas. Mesmo uma luta lá nos primeiros níveis demora um pouquinho, e como você participará de muitos combates (já que precisa da experiência), fica aquela sensação de que a partida está uma pasmaceira só. Acabei colocando as batalhas no quick combat 90% das vezes para não deixar o jogo tão enjoativo, e esse recurso até que ajuda bastante. Mas convenhamos: se estamos usando isso frequentemente, é porque alguma coisa está errada.
No final, confesso que fiquei em dúvida se recomendava Disciples 3 ou não. Por um lado, a jogabilidade é apenas mediana. Por outro lado, também fiquei fascinado pela ambientação dark fantasy, meio gótica, do mundo de Nevendaar, e gostaria de ver uma sequência que corrigisse a mecânica aporrinhada de jogo. Se pudesse atribuir nota aqui na Steam, daria um 6,5. Ficamos assim: é um clone razoável de Heroes of Might and Magic, mas longe de ser uma alternativa séria no estilo.
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