Avaliações de BROK the InvestiGator

BROK the InvestiGator foi uma incrível surpresa para encerrar meu ano de forma especial. Já fazia um bom tempo que eu queria jogar esse jogo, mas, por algum motivo, acabei adiando — não me lembro se foi pelo preço ou pela falta de tradução em português na época do lançamento. Só sei que, depois de quase 29 horas mergulhada nessa experiência, cheguei à conclusão de que demorei tempo demais para dar uma chance a esse jogo. O que torna BROK tão único é sua mistura de estilos. Ele mescla exploração típica de Point & Click com combates no estilo Beat 'em Up, além de puzzles e mecânicas de investigação. Mas o que eu realmente amei é que o jogo não te força a interagir com todos esses elementos. É engraçado porque, sempre que encontro um jogo com exploração bacana e combates obrigatórios, penso: "Deveria haver uma opção para desativar as batalhas e focar só na exploração." BROK ouviu minhas preces. No menu, você pode habilitar opções para pular as lutas, os puzzles ou até mesmo diálogos (embora, sinceramente, não faça sentido jogar sem apreciar a narrativa, que é o coração do game). Além disso, o jogo valoriza sua rejogabilidade. Mesmo que você não ative essas opções, se você decidir embarcar em outra partida, ele permite pular tudo o que já foi feito em uma partida anterior: batalhas, diálogos, interrogatórios e puzzles. É uma escolha que respeita o jogador e incentiva explorar os diferentes caminhos da história sem frustrações. E rejogar é algo que você vai querer fazer, porque BROK tem muitas escolhas e consequências. Antes de começar, eu não fazia ideia de que seria assim — e acabei me surpreendendo. Cada decisão impacta profundamente os diálogos, as relações com os personagens e, claro, o final. Quem gosta de jogos com escolhas sabe como é raro encontrar um em que praticamente toda decisão importa, e não só uma ou duas escolhas "grandes" que afetam a história de verdade. A arte é cativante, e a dublagem é simplesmente impecável. É perceptível o carinho com que cada personagem foi construído, sem nada parecer fora do lugar ou mal pensado. A localização em português também é excelente, sem diálogos estranhos ou mal traduzidos — algo que, infelizmente, é bem comum. Se for para apontar defeitos, eles existem, mas são poucos. Achei as batalhas um pouco difíceis e desconfortáveis com teclado e mouse. Como o jogo é Point & Click, depender de controle não é ideal, mas pra melhorar minha experiência tive que deixar um controle do meu lado para usar nas batalhas (confesso que pulei muitas delas, porque não é meu estilo favorito, mas quis experimentar as que pareciam mais difíceis e/ou importantes pra história). Outra questão foi um pequeno bug: em dois momentos, algum personagem teve uma caixa de diálogo relacionada a escolhas de outro save, e que eu definitivamente não havia feito na linha do tempo atual. Só uma dessas situações realmente afetou o jogo e me obrigou a voltar um pouco na história, então foi algo bem pontual. Falando em voltar, algo que adorei foi a quantidade generosa de slots de save. Você pode salvar antes de qualquer decisão e experimentar à vontade, sabendo que é possível retornar e tentar outro caminho. O jogo também permite carregar capítulos diretamente caso você já tenha o completado pelo menos uma vez, mas, caso seja um capítulo posterior do que você está atualmente, escolhas padrão serão aplicadas, então caso queira muito manter as suas escolhas anteriores, é sempre uma boa ideia salvar com frequência pra poder voltar depois. No fim, o jogo ainda te apresenta um sumário com dicas de como alcançar outros finais, mostrando onde estavam as diferentes possibilidades. É tudo muito bem pensado e completo. A história, no entanto, é o que mais me conquistou. Jogar como um detetive te faz sentir como um detetive, com cada diálogo adicionando uma peça de quebra-cabeça sobre o enredo e cada final diferente oferecendo novos fragmentos de informação. Apesar de ter explorado todos os finais possíveis, fiquei com algumas perguntas sem resposta. Mas, ao que tudo indica, há planos para uma continuação — o que me deixa ansiosa e frustrada ao mesmo tempo, porque queria entender tudo agora! Ainda assim, isso só reforça o quanto BROK foi mesmo marcante, divertido e intrigante pra mim. BROK the InvestiGator se tornou, sem exageros, um dos meus jogos favoritos. Ele valeu cada hora jogada, cada cena revisitada, cada decisão tomada e até cada luta (pulada ou não, rs). Agora, vou seguir minha vida sabendo que dificilmente vou encontrar algo tão bom quanto ele. Então, joguem. E joguem muito! Esse jogo merece muito mais atenção e carinho do que recebeu até agora.