Tempo de Jogo:
8 minutos
Zak McKracken and the Alien Mindbenders foi o segundo Adventure point-and-click lançado pela LucasArts, ainda quando era chamada Lucasfilm Games, logo após Maniac Mansion. Admitidamente, esse é o jogo que eu menos tinha interesse de todo o catálogo deles, tendo iniciado ele e desistido ao longo dos anos. Dessa vez eu finalmente peguei a vibe do jogo e terminei ele, e por mais que tenha me divertido bastante, isso foi com algumas ressalvas que acho que vale a pena destacar.
Primeiramente, esse jogo ainda segue a filosofia de design da empresa utilizada em Maniac Mansion, que permitia que o jogador não só morresse, mas também pudesse descartar objetos importantes ou fazer escolhas erradas e simplesmente ser impedido de terminar o jogo, os "softlocks" como são chamados hoje. Essa era uma prática comum em jogos Adventure antigos e jogos como um todo, e que foi aos poucos descontinuada, até mesmo por jogos futuros da empresa, mas que ainda está presente aqui, o que significa que ao jogar este jogo é fundamental ir salvando seu progresso em saves diferentes para voltar caso necessário.
Dito isso, eu achei esse jogo bem menos punitivo do que Maniac Mansion, e não tive tantos problemas: a maior parte das ações erradas me pareceu óbvia, e uma vez que você sabe o que tem que fazer o jogo é rápido, eu achei o processo de experimentação e descoberta divertido. Em muitos aspectos esse jogo parece procurar evoluir as mecânicas apresentadas em Maniac Mansion, inclusive possuindo [spoiler]vários personagens jogáveis[/spoiler] também. O jogo também permite que o jogador viaje pelo mundo todo, inclusive tendo dinheiro e tendo que pagar pelas passagens de avião, parece um projeto bem ambicioso pra época.
Os aspectos mais datados do jogo foram outros que eu não estava esperando, e que também são enraizados no game design do passado. O primeiro é que na época, o pacote do jogo vinha com um jornal escrito pelo personagem principal com diversas notícias absurdas, mas que na verdade funcionavam como "pistas" do que o jogador tem que fazer em diversos pontos do jogo. Na prática, esses puzzles são praticamente impossíveis e impensáveis se você não leu este jornal, então caso queiram jogar, se façam um favor e leiam ele, o PDF se encontra na pasta do jogo. Eu por sorte li e me achei, mas se não tivesse lido com certeza ia ficar frustrado e preso por horas.
Mas o pior aspecto do jogo, mais chato do que qualquer outra coisa, são os vários labirintos nos diferentes locais, que apenas servem para aumentar artificialmente o tempo de jogo. A maior parte é inofensiva, mas alguns possuem mais de uma sala que você precisa acessar sem nenhum indicativo disso, o que me deixou preso por um tempo. Assim como o jornal, o jogo possui um PDF do livro de dicas na pasta do jogo, e dentro dele existem mapas desses labirintos. Eu recomendo bastante que usem eles, pois "resolver" os labirintos não é nem um pouco divertido e eles não contribuem muito para a experiência.
No final, eu acabei gostando muito mais de Zak McKracken and the Alien Mindbenders do que eu esperava: é uma história boba, leve e criativa, com diversos locais a serem explorados e com algumas mecânicas bem inventivas que eu não estava esperando. Ele é um produto datado, mas para quem não tiver problemas com isso, ou quem quiser jogar o catálogo completo da LucasArts assim como eu, eu com certeza recomendo ele.
(Joguei fora da Steam então não aparece o tempo, mas eu levei entre um e dois dias para terminar ele, pode ser jogado em um final de semana tranquilamente.)
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