Avaliações de Lionheart

Antes de começar a análise, eu gostaria de deixar claro que enquanto a minha recomendação é positiva, Lionheart possui uma série de características que, provavelmente, vão afastar a maior parte dos jogadores, são elas: • Ausência de exploração, o progresso dentro dos eventos é demonstrado por uma barra, logo, o jogador em momento algum controla qualquer movimento dos personagens. • O jogo contém apenas um final. • Grande parte dos visuais são imagens estáticas com apenas alguns efeitos. • Ele é completamente baseado em números, ou seja, quanto maior o seu level, mais fácil ficam os inimigos. • O combate é absurdamente lento, um encontro ordinário pode provocar batalhas que duram de 2 a 5 minutos. Então, se qualquer uma das características acima lhe parecer um mal negócio, faça um favor a você mesmo e nem pense em comprar Lionheart. Dito isso, vamos para uma análise mais detalhada: História: O enredo de Lionheart é bastante simples, seguindo a história de Leon Lionheart (sim, o excesso de “leões” no nome foi proposital), um aventureiro que deseja seguir os passos de seu pai. Para isso, ele segue com o seu parceiro e protetor, Orsin, para o Libra Corridor, uma enorme dungeon que em outros tempos foi usada como base para um exército de demónios. Lá ele conhece a misteriosa Mariabell, uma usuária de magia, que está buscando um grupo de mercenários para desbravar a dungeon e que após uma série de eventos, acaba se unindo ao grupo de Leon. Ao longo do jogo, outros personagens passam a fazer parte da equipe, a maioria deles é baseada em algum clichê tipicamente presente em personagens japoneses e o desenvolvimento deles é bastante raso. Felizmente, o protagonista e a história, evoluem ao longo da aventura e acabam se tornando o ponto mais forte do jogo. De forma geral, não há muito o que ser visto em Lionheart, que já não tenha sido explorado por algum outro título. Mas, é um trabalho competente o suficiente, para motivar o jogador a continuar seguindo com a história. Visuais e Som: Os visuais de Lionheart são extremamente simples, os personagens, inimigos e objetos são todos imagens fixas de qualidade considerável e os efeitos também fazer um trabalho decente, mas podem causar crashes em alguns computadores. O real problema está na falta de variedade dos inimigos, que se repetem ao longo de toda a aventura, tendo apenas a paleta de cores modificada. As músicas presentes no jogo são boas, mas estão em baixa quantidade e o jogador provavelmente vai se cansar delas depois de algumas poucas horas, já os efeitos sonoros são alguns dos mais irritantes que eu já ouvi, o problema está na repetição absurda deles, com um mesmo som sendo repetido inúmeras vezes ao longo de um simples confronto. Mas, o voice acting é de ótima qualidade, cada personagem possui uma personalidade única e os atores fizeram um excelente trabalho transmitindo-as ao jogador. Em resumo, não se trata de um jogo formidável no aspecto visual, mas o voice acting é um oásis de qualidade no meio de toda a mediocridade apresentada em Lionheart. Gameplay: Infelizmente não há muito a se elogiar aqui, pois, o jogo consiste em selecionar um evento em um mapa e uma vez dentro desse evento escolher com qual velocidade prosseguir. Essa velocidade define a quantidade de encontros (batalhas) que o jogador vai encontrar e por consequência, a quantidade de loot que será adquirida. Os combates são feitos por um sistema em turnos, com algumas peculiaridades como a possibilidade de se trocar de personagens a qualquer momento da partida (apenas três lutam ativamente por vez) e a presença dos Emblems, que fornecem habilidades especiais. No geral, a vitória é definida por números, sendo que é necessário possuir uma certa vantagem em leveis para conseguir vencer certos inimigos. Ademais, Lionheart conta com um sistema de crafting simples, que gera itens que podem ser usados para melhorar os status dos personagens. Além da já mencionada velocidade dos combates, o jogo também tem um sério problema de coesão entre a história e o gameplay, por exemplo, diversas vezes um personagem informará o jogador que determinada criatura é fraca contra um certo elemento, mas na prática, todos os elementos dão, aproximadamente, a mesma quantidade de dano. O que torna a utilização deles completamente inútil. Honestamente, a ideia de trocar a formação ao longo do combate e o uso de Emblems é ótima, mas todo restante do gameplay é simplesmente entediante. Veredito: Lionheart é um jogo medíocre com raros momentos de brilhantismo, separados por horas e horas de um gameplay entediante. Em suma, minha recomendação é positiva, apenas pelo fato de ter sido uma experiência diferente da de qualquer outro jRPG que eu já joguei e por ter me rendido 76 horas, das quais algumas foram muito divertidas. Mas, como existem dezenas de jogos desse gênero na Steam que, no geral, fazem um trabalho melhor em divertir, eu recomendo que Lionheart seja adquirido em promoções.