Tempo de Jogo:
400 minutos
[h1]Deixe me dizer o quanto te odeio[/h1]
Fazer um jogo baseado em um livro, minto, digo, conto ou um panfleto, pois I have no Mouth and I Must Scream pode ser lido em uma trinta minutos é uma ousadia que encontrou o gênero correto, mas a adaptação ficou decepcionante. Não só apenas por censurar todos os temas pesados que continha na obra original, como também colocar um acréscimo desnecessário. Para não estragar quem queira ler o conto (e fazer terapia após) I Have no Mouth and I Must Scream é uma história da ambição humana volta contra a própria espécie, encarnada num ódio mortal por seu criador, e desse desprezo apenas a crueldade pura brota de suas estranhas cibernéticas, pelo simples fato de odiar. Os humanos no conto original sofrem de mutações que são antíteses do seu ser e se tornam o oposto que seriam, com exceção de um onde AM prova a teoria de Cthulhu que sanidade às vezes pode ser overrated. Enfim, os protagonistas não possuem esperança de mais nada, além de um sofrimento eterno, abandonados por Deus em um mundo devastado. O final, no entanto, inverte esse ateísmo após o sacrifício do protagonista, ele torce na esperança de um lugar melhor após o evento final ocorrido, porém ele não desfruta do mesmo destino, continuando seu tormento até sabe quando.
Ler I have no mouth and I must scream apenas traz desconforto e pessimismo, o leitor fica desconfortável porque é tudo muito pesado, e no jogo, embora queira trazer uma visão otimista em um dos finais, perde o impacto e o choque que a obra original tem. Com uma história com arcos de redenção que não eram necessários e que arrastam o jogo até o final.
A razão de eu positivar esse game, é que por traz da narrativa soft, temos ainda um jogo bom. É um point and click que te convida a pensar, embora com seus defeitos, então para quem não leu o livro, seria melhor depois de jogar para a decepção não ver menos. Apenas zerei por zerar, não estava interessado tanto em continuar depois de zerar com 2 personagens, pois a narrativa já não me agradava.
Claro que a navegação hoje em dia pode ser um pouco complicada, o grande charme do jogo está realmente nos puzzles e na jogabilidade, o jogo te convida a usar a cabeça, a pensar no que precisa ser feito, a interpretar , até mesmo as dicas que podem usadas em um livro com todos os persoangens te convidam a usar a cabeça. Os diálogos podem ter meio pseudo intelectuais porque carregam várias referências as outras obras literárias, mas de uma maneira muito explicita e sem grande sutilezas. Tipo, se você leu a Divina Comédia, George Orwell as dicas do que você precisa são vomitadas na sua cara sem grande sutileza que parece até bobinho, diferente das pistas que o próprio jogo dá que envovlem algum tipo de mistério e interpretação.
No fim, se todas as veias do meu corpo tivesse grafado a palavra "decepcionante", não equivaleria um bilionésimo da decepção que foi esse jogo, mas para quem quer rachar a cuca por umas horas, pode ser uma boa pedida.
👍 : 0 |
😃 : 0