Tempo de Jogo:
577 minutos
Warhammer é uma IP no qual sua empresa detentora tem uma filosofia interessante, disponibilizando ela para diversos estúdios explorarem e expandirem ela da maneira como quiserem, isso leva a marca a possuir um universo denso e colossal, com uma pluralidade de histórias e gêneros dentro dela.
Boltgun é o Warhammer 40k no seu gênero boomer shooter.
Para algum conhecedor do universo, imagino que Boltgun seja um deleite visual, colocando o protagonista em uma epopéia de ambientações fenomenais; para alguém que nunca tinha tido contato com Warhammer, Boltgun me despertou curiosidade e interesse em entender mais do mundo, no entanto ele não faz um bom trabalho em me inserir dentro dele.
O trabalho atmosférico feito pela Auroch Digital é impressionante, desde o design dos inimigos até a ambientação são estonteantes, ouso dizer que Boltgun é o boomer shooter mais bonito que eu já joguei. Andar por catedrais góticas, peregrinar por desertos escaldantes e vagar dentro de motores gigantes de fábricas colossais é uma experiência fascinante. Combinado os elementos visuais, o jogo possui uma tatilidade em suas ações no qual poucos jogos conseguiram emular esse mesmo sentimento.
Você é um marine (eu acho, num sei), um soldado de uns 3 metros de altura carregando armas que pesam centenas de quilos, você sente esse peso, essa potência, e oque mais me impressiona é que esse sentimento não demanda de uma movimentação mais lenta ou travada, você é rápido pra caramba, tal tatilidade vem do incrível trabalho de som que a desenvolvedora fez. Cada passo que você dá é acompanhado de um estrondo decorrente de sua armadura empurrando o solo, cada tiro é uma explosão de dopamina em sua mente, cada crânio explodido é uma explosão de cor e som.
Boltgun é um dos FPS mais crocantes que eu já joguei.
No entanto, para um universo tão incrível e uma ambientação tão bem feita, eu senti muita falta de um códex ou um menu que pudesse reunir as informações e me contextualizar de onde eu estava, quem eu estava matando e os porquês de tudo aquilo estar acontecendo. Eu comecei o jogo perdido e parei como comecei.
A implementação do codex é algo tão importante em minha visão não apenas pela história, isso não me atrapalha, apenas me faz deixar de gostar mais do game, no entanto existe uma mecânica que realmente me incomodou. Cada arma possui um elemento em específico, no qual eu não faço ideia de quais sejam eles, o jogo em nenhum momento falou sobre isso; e para cada inimigo existem certas resistências e fragilidades para determinados elementos, para o jogo fluir de maneira coerente é necessário ficar ciclando entre as armas a fim de eliminá-los de maneira eficaz; isso em nenhum momento foi-me explicado, e mesmo depois que um amigo fanboy de 40k me falou isso, ter parar diante do inimigo e testar arma por arma para descobrir qual sua fraqueza me frustrava um pouco. Caso você decida ignorar essa mecânica, por diversas vezes você vai esbarrar em esponjas de bala que irão te frustrar profundamente.
Em decorrência do estilo visual belíssimo, surge um problema, muitas vezes a sua linha de visão para com os inimigos fica obstruída pelo tamanho da poluição visual de sangue e balas em sua tela, fazendo você ser dilacerado sem nem entender o porquê.
Warhammer 40.000 Boltgun é uma excelente porta de entrada para os boomer shooters, no entanto está longe de ser um dos melhores dentro do gênero.
Por conta das reclamações aqui citadas, eu tive uma certa preguiça, abarcada de desinteresse em zerar o game, tendo em vista que são 3 capítulos e eu terminei o segundo já me arrastando. Em algum momento tomarei vergonha na cara e terminarei Boltgun, caso o jogo mude eu refaço minha análise.
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