Tempo de Jogo:
1106 minutos
[h1]O Relaxante Passeio no Fim do Mundo[/h1]
[b]Observações:[/b]
[i]- Lindos gráficos, munidos de identidade própria;
- UI e UX descolados da direção de arte;
- Sonoplastia funcional e trilha sonora esquecível;
- Pouco refinamento de câmera;
- Jogo relaxante e acolhedor, porém enjoativo e nada engajante;
- Um vasto mundo a ser explorado, porém limitado e não recompensador;
- Desconexão entre a proposta de design com a história;
- Level Design simples. Não espere por criatividade;
- Curta duração. Bom para passatempo descompromissado da narrativa;
- Compre em uma promoção;
- Possui Legendas em PT-BR com Pronome Neutro.[/i]
Lançado em setembro de 2024, este título me cativou pelo trailer. Um mês depois, adquiri o jogo na esperança de reviver sentimentos semelhantes a [b]A Short Hike[/b], [b]Lake[/b] ou [b]Sable[/b]. Visualmente belo, promissor em exploração e aventura, mas, ao final, restou um gosto amargo. Me esforcei para gostar, mas falhei. Mesmo com potencial, faltou engajamento. Nem seus dois finais me satisfizeram. Vou explicar por quê Caravan SandWitch para mim, apenas existe.
[h2]O que é o jogo?[/h2]
[b]Caravan SandWitch[/b] é um jogo de aventura e exploração em mundo aberto. Jogamos como Sauge, viajante em busca de respostas, explorando um mapa vasto com a Caravan, que também é ferramenta central em quebra-cabeças. Missões envolvem coleta e desbloqueio de regiões, com melhorias na Caravan permitindo acesso a novas áreas. Sem combate, dano ou cronômetro, a progressão é narrativa, sem sistema de habilidades. A estrutura capitular acompanha o tempo decorrido desde um sinal misterioso recebido por Sauge.
Os NPCs incluem habitantes de Estello, nômades, a colônia Reineto e robôs buscando singularidade. Apesar de criativos, são reduzidos a simples gatilhos de [i]fetch quests[/i]. A colônia Reineto é um ponto positivo com uma trama mais envolvente. No entanto, a exploração se torna repetitiva. A direção de arte é belíssima, mas não compensa a falta de profundidade. A trilha sonora é esquecível e a falta de um botão para recentralizar a câmera prejudica a fluidez. A interface também destoa do visual, sem opção de ocultar o [i]HUD[/i]. A ausência de modo fotografia desperdiça o potencial estético do jogo.
[h2]A Desconexão entre os Elementos de Design[/h2]
Desde o início, o jogo busca transmitir relaxamento, o que encaixa na tendência dos [i]Cozy Games[/i]. No entanto, essa abordagem contradiz sua própria narrativa. Enquanto a história sugere urgência, o jogo nos ocupa com tarefas banais como colher tomates ou buscar uma chupeta. O conceito de coletividade sobre o individual é mal desenvolvido: Sauge age sozinha e o mundo não reage. A crítica acerca dos malefícios do capitalismo é no mínimo preguiçosa.
Enquanto [b]Breath of the Wild[/b] integra seu mundo à narrativa, reforçando a decadência de Hyrule e a iminência de Ganon, Caravan SandWitch fracassa ao criar um senso de perigo. A Tempestade Eterna e as Torres de Frequência são conceitos vazios, sem impacto real. A chuva ácida mencionada nunca ocorre. A tentativa de misturar um mundo "cozy" com ameaças não resulta em um equilíbrio narrativo, mas sim em um jogo desconectado de sua própria história.
[h2]Aos Meus Amigues e Amigues[/h2]
A inclusão de pronomes neutros na tradução de Caravan SandWitch me chama a atenção. Entendo que a evolução linguística deva ser natural, genuína e democrática, refletindo mudanças sociais reais, não por imposição. O princípio de inclusão deveria considerar a compreensão ampla, não nichos específicos. Infelizmente, essa escolha na tradução parece mais uma decisão ideológica do que uma verdadeira iniciativa inclusiva, criando divisão ao invés de conscientização.
Nosso idioma possui gênero gramatical binário, mas isso não define identidade de gênero. Palavras como "o homem" e "a mulher", "o masculino", "o feminino", "a masculinidade" e "a feminilidade" demonstram que gênero gramatical não está atrelado a sexo biológico. Se a sociedade adotar novas formas de expressão, que seja de forma orgânica e espontânea. Quando forçado, o efeito é o oposto do pretendido: afasta em vez de integrar.
[h2]Resumindo:[/h2]
[b]Caravan SandWitch[/b] tem um mundo bonito, mas vazio. Seu level design simples, trilha sonora sem brilho e mecânicas repetitivas resultam em uma experiência cansativa. A desconexão entre narrativa e jogabilidade torna difícil a imersão e foi o que mais pesou em minha experiência - onde sua proposta de "aventura contemplativa" falha ao não apresentar nada além de um [i]loop[/i] de [i]fetch quests[/i] muito parecidas e sem desafio ou criatividade.
É um jogo para passar o tempo sem compromisso e engajamento narrativo. Se você busca um mundo aberto que recompensa a todo momento a exploração, esse pode não ser o título ideal. Se ainda sentir curiosidade, Recomendo apenas em promoção, ressaltando que há opções melhores no gênero.
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