Tempo de Jogo:
25 minutos
"Sovietpunk" se apresenta como um romance cinético ambientado em um cenário pós-apocalíptico e distópico, mesclado com uma atmosfera profundamente inspirada na estética soviética. O jogo busca envolver o jogador por meio de uma narrativa visual impactante e pixel art de alta qualidade, mas sua jogabilidade limitada levanta questionamentos sobre sua real classificação como um jogo interativo.
A ambientação é um dos pontos mais fortes do título, com uma direção artística bem trabalhada e músicas que, em alguns momentos, conseguem reforçar a imersão. No entanto, a experiência de jogo em si se resume a um simples clicar para avançar no diálogo, com poucos momentos de real interatividade. Existem apenas dois minijogos notáveis: um no arcade e outro relacionado a um painel de circuitos. Embora esses momentos ofereçam um breve respiro na linearidade da narrativa, acabam sendo insuficientes para dar ao jogador um senso genuíno de participação.
O enredo apresenta altos e baixos. A premissa cyberpunk-comunista tem potencial, mas a execução deixa a desejar. A trama se desenvolve de maneira acelerada, tornando difícil para o jogador se conectar com os acontecimentos ou personagens. Algumas subtramas poderiam ter sido melhor exploradas para enriquecer a experiência, mas acabam sendo rasas e pouco memoráveis. Além disso, a presença de temas supostamente maduros e elementos de horror não é bem trabalhada, tornando a abordagem imatura e, em alguns casos, forçada.
A falta de escolhas significativas e de uma jogabilidade envolvente transforma "Sovietpunk" em uma experiência essencialmente passiva. Para aqueles que buscam um jogo com mecânicas desafiadoras ou decisões impactantes, este título pode ser decepcionante. No entanto, para fãs de narrativas interativas e do gênero visual novel, ele pode ser apreciado como uma experiência estética e conceitual.
Em resumo, "Sovietpunk" se destaca mais como um experimento narrativo do que como um jogo propriamente dito. Sua estética é cativante, mas a jogabilidade quase inexistente e o enredo pouco envolvente impedem que ele alcance todo o seu potencial. Se encarado como um conto interativo ao invés de um jogo tradicional, pode ter seu valor, mas para aqueles que procuram algo além de uma leitura ilustrada, talvez seja melhor procurar outra opção.
Adendo importante, o jogo não tem linguagem em português, então vai precisar saber inglês, russo ou chinês para poder entender a história camarada.
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