Tempo de Jogo:
444 minutos
Breath of Death VII é uma sátira a tudo de ruim que existe nos JRPGs tradicionais. Breath of Death VII repete todos os erros que existem nos JRPGs tradicionais.
Nos primeiros minutos de jogo, fiquei empolgado com outro simpático resgate da jogabilidade do passado. Não tendo passado pela febre dos JRPGs, minhas referências eram Might and Magic e Dragon Wars, dois títulos que ocuparam algumas horas da minha memória. Descobri que ainda curtia este tipo de proposta e, melhor ainda, meu filho fora fisgado pelos gráficos simplistas, pelos personagens "monstros" e pela possibilidade de ir para quase qualquer lugar no mapa. Uma hora depois, ele estava profundamente entediado com as batalhas e eu estava procurando desesperadamente um lugar para salvar.
Diferente de seus antecessores, Breath of Death VII não possui uma dificuldade assustadora e nem um sistema de salvamento quebrado demais. Em seis horas de jogatina, minhas aventuras se encerraram. Mas é um jogo que necessita de duas recomendações para os aventureiros: não jogue por mais de uma hora nem escolha o nível Easy de dificuldade. Na primeira oportunidade, salve e saia, porque as batalhas repetitivas enjoam rapidamente e você vai estar xingando todo e qualquer encontro aleatório enquanto caça pelo próximo checkpoint. No modo de dificuldade mais fácil, toda e qualquer profundidade tática que o jogo possa ter é desperdiçada: eu, por exemplo, não me preocupei em entender o sistema de combos, não usei as habilidades Unite em nenhum momento e venci o jogo sem precisar dar recarga alguma porque todo mundo morreu em alguma luta (ao contrário de Legend of Grimrock...).
O mais criativo de Breath of Death VII é a história de fundo: em um futuro indeterminado, a raça humana se destruiu e todo mundo na Terra morreu. Sobraram os mortos-vivos para repovoar o planeta: esqueletos, zumbis, fantasmas e vampiros formaram sua própria sociedade. Daí pra frente, é o velho esquema dos RPGs da antiga, onde um grupo se forma para investigar um Grande Mal que espreita e novos aliados se juntam ao longo da trama. Só que... não há trama. Você vai de cenário em cenário enfrentando dezenas de batalhas randômicas com as mais bizarras criaturas até encontrar o Boss e a saída para o mapa. Removendo estes combates genéricos, o enredo se resolveria em dez, quinze minutos.
A justificativa da desenvolvedora Zeboyd Entertainment é que tudo é uma grande piada com os clichês do gênero. Só que o humor nos diálogos ou ambientações é escasso. E a repetição se torna a piada jogável. É o equivalente a fazer uma sátira ao Domingão do Faustão com duas horas de um humorista repetindo "porrrrra, meu" a cada dois minutos. Como diversão passageira, em sessões curtas, Breath of Death VII funciona. E só.
Originalmente publicado em: http://blog.retinadesgastada.com.br/2012/12/jogando-breath-of-death-vii.html
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